“Julgo ser o momento para que a Macedónia do Norte siga em frente. Devemos aproveitar esta oportunidade para começar as negociações já na próxima semana”, disse Von der Leyen num discurso perante o Parlamento de Skopje, onde está previsto o debate para uma proposta de compromisso, redigida durante a presidência francesa da União Europeia (UE).
“Questões bilaterais como a interpretação da história não são uma condição para que se promovam negociações de adesão”, disse a presidente da Comissão Europeia numa alusão aos problemas linguísticos que impeliram a Bulgária a vetar durante os dois últimos anos o começo das negociações, um bloqueio que levantou há poucas semanas.
“Esta proposta protege os vossos interesses, mas a decisão está nas vossas mãos”, disse.
O discurso foi acompanhado por protestos de membros da oposição, dos nacionalistas conservadores ao partido de esquerda LEVICA, que colocou um cartaz frente ao microfone no pódio dos oradores com a palavra “Não”.
A proposta de consenso aceite pela Bulgária prevê que se realize no imediato uma primeira Conferência Intergovernamental (CIG), com caráter meramente político, pelo facto de as negociações apenas poderem ser iniciadas após a aprovação de uma emenda constitucional que inclua os búlgaros (cerca de 3.500 pessoas) como povo constitutivo do Estado, uma sugestão que tem sido foco de novos problemas.
A oposição macedónia, numerosos intelectuais, mas também organizações não governamentais (ONG) próximas da coligação governamental liderada pelos sociais-democratas (SDSM) e partidos menos expressivos, rejeitam a proposta.
Nos seus argumentos, consideram que a proposta contém artigos que a Bulgária poderá usar para vetar no futuro as negociações de adesão.
A Bulgária insiste que a Macedónia do Norte altere alguns dos livros escolares e onde se reconheça que a língua macedónia tem raízes búlgaras, e que os dois povos partilharam no passado uma história comum.
A Macedónia do Norte tem sublinhado que a sua identidade e a língua macedónia não estão abertos a discussões.
Uma sondagem realizada no início de julho pelo Instituto para Análises Políticas (IPIS) indicou que apenas 29% dos inquiridos deste país multiétnico apoia a proposta da UE.
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