O Panamá pediu apoio à UE para retirar o país da “lista negra” sobre branqueamento de capitais de Bruxelas, durante um encontro com o chefe da diplomacia europeia.
“Pedimos claramente o apoio da União Europeia nos esforços que o país está a fazer para sair das listas discriminatórias”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros do Panamá, Erika Mouynes, no final de uma reunião, na segunda-feira, com o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.
“O Panamá é e continuará a ser um país que cumpre os compromissos internacionais e se esforça por aumentar a capacidade das suas instituições em todas as áreas, e esperamos o apoio dos nossos parceiros estratégicos”, sublinhou Mouynes.
Em fevereiro, a UE manteve o Panamá na “lista negra” de paraísos fiscais por considerar que as autoridades continuam a não cooperar ou não procederam às reformas previstas.
Borrell salientou que a UE só pode retirar o Panamá da “lista negra” se o “Grupo de Ação Financeira Internacional [GAFI] o fizer primeiro”. O Panamá está na lista da UE “porque o GAFI o propôs”, indicou.
Na última atualização, o GAFI manteve o Panamá na “lista cinzenta”, onde se encontra desde 2019, e pediu ao país para “demonstrar rapidamente progressos significativos na finalização do plano de ação até junho”.
“A UE apoia o Panamá e saúdo os esforços para adaptar a legislação e práticas de modo a poder cumprir as exigências e sair da lista” negra, acrescentou.
O chefe da diplomacia europeia disse que a UE pretende ajudar o país a “lidar com a pressão migratória”, uma vez que o Panamá serve de rota de trânsito para dezenas de milhares de migrantes, na tentativa de chegar sobretudo aos Estados Unidos.
Só em 2021, 133 mil migrantes atravessaram “as selvas do Darien”, fronteira natural com a Colômbia, um número “que representa mais do que nos dez anos anteriores”, salientou o responsável europeu.
Borrell iniciou, na segunda-feira, uma visita de dois dias ao Panamá, onde se vai encontrar hoje com os ministros dos Negócios Estrangeiros da América Central e das Caraíbas para discutir o impacto da guerra na Ucrânia.
EJ // JMC