Num comunicado divulgado na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça revelou que Bonilla Valladares é acusado por um tribunal de Nova Iorque de três crimes de “participação em conspiração” para importar cocaína para os Estados Unidos e de “uso e posse de armas”.
A defesa do ex-chefe da polícia das Honduras entre 2012 e 2013, conhecido como “o Tigre”, tem até segunda-feira para recorrer da decisão.
Bonilla Valladares foi preso em 09 de março em Zambrano, a norte da capital hondurenha, Tegucigalpa, e detido em prisão preventiva num quartel do exército.
O ex-chefe da polícia foi citado como “co-conspirador” de Juan Antonio “Tony” Hernández, no julgamento em que o irmão do ex-presidente foi condenado a prisão perpétua por acusações de drogas e armas em março de 2021, em Nova Iorque.
Dois meses depois, os Estados Unidos solicitaram a extradição de Bonilla Valladares, que nega as acusações.
O ex-presidente Juan Orlando Hernández aguarda extradição depois do Supremo Tribunal de Justiça ter rejeitado na quarta-feira o recurso final. O tribunal tinha autorizado a extradição em 28 de março.
Hernández deixou o cargo em janeiro, depois de oito anos, e foi preso em meados de fevereiro, um dia depois de um tribunal federal de Nova Iorque ter pedido a sua extradição por alegadamente participar numa “conspiração (que) transportou mais de 500 toneladas de cocaína para o Estados Unidos”.
Procuradores de Nova Iorque acusaram Hernández nos últimos anos de financiar a sua ascensão política com lucros de narcotraficantes, em troca da proteção para os carregamentos de droga.
Na semana passada, as autoridades hondurenhas apreenderam 33 propriedades, oito empresas comerciais, 16 veículos e vários produtos financeiros pertencentes ao ex-presidente.
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