O ministro da Defesa disse hoje em Bruxelas que, “se for necessário”, Portugal fará parte de “um esforço suplementar” de forças da NATO na zona leste da Aliança, mas esclareceu que a liderança militar da organização ainda “não colocou essa questão”.
“Nós não temos previsto nada para além daquilo que foi decidido no último Conselho Superior de Defesa Nacional [CSDN], ainda no ano passado. Naturalmente que qualquer nova decisão terá de ser objeto de consideração por parte do CSDF, mas não temos para já previsto nada”, disse João Gomes Cravinho, em declarações à imprensa após o primeiro dia de uma reunião de ministros da Defesa da NATO, na capital belga.
Apontando que esta reunião a nível de titulares das pastas da Defesa dos Aliados seria “o momento ideal” para a NATO solicitar aos países membros um “reforço de qualquer postura militar”, no quadro de um aumento de forças na zona oriental da Aliança face à crise entre Ucrânia e Rússia, se considerasse tal necessário, o ministro disse que essa questão não foi colocada pela liderança militar da organização.
“Este seria o momento ideal se os nossos militares da NATO, a liderança militar, tivesse considerado necessário. A liderança militar não colocou essa questão aos decisores políticos”, disse.
O ministro aproveitou, de resto, a oportunidade para “esclarecer um assunto que provocou algumas dúvidas, em relação ao envio de militares portugueses para a Roménia”, depois de o social-democrata Luís Marques Mendes, no domingo, no seu espaço de comentário habitual na SIC, ter declarado que Portugal iria enviar tropas para Roménia, ao abrigo do acordo NATO, no âmbito do clima de tensão entre a Rússia e a Ucrânia.
“Efetivamente, isso está previsto, faz parte de exercícios habituais. Aconteceu em 2021, está previsto voltar a acontecer em 2022, mas apenas no último trimestre do ano, e portanto nada tem a ver com a situação na Ucrânia”, declarou Gomes Cravinho.
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