A fonte de discórdia é uma imagem captada por satélite visível no Google Maps, de algo que parece um buraco negro. A imagem foi partilhada pelo utilizador da rede social Reddit Kokoblocks, e originou uma discussão sobre a origem da formação misteriosa.
Muitos internautas pesquisaram a localização do suposto buraco negro, no meio do Oceano Pacífico, na tentativa de perceber do que se tratava. O misterioso buraco negro é, afinal, a Ilha de Vostok – um atol inabitado pertencente à República de Quiribati. A ilha fica no Pacífico Sul, a cerca de dois mil quilómetros da Austrália.
Um utilizador do Reddit especulou que a mancha preta que se via no meio do oceano pudesse ser uma base militar, que o Google tivesse “censurado” para manter em segredo a sua localização. Um outro afirmou: “Pode ser um vulcão subterrâneo, que é o que está a causar a escuridão, assumindo que não é um buraco negro. Muito provavelmente rocha ígnea [um tipo de formação rochosa formada pela solidificação do magma arrefecido, depois de uma erupção vulcânica]”. Um outro utilizador aventou que a mancha escura poderia dever-se a uma floresta de grande densidade. Outros ainda aproveitaram a ocasião para brincar e afirmar que se trataria de um portal para outro mundo, ou ainda da ilha deserta da popular série televisiva Lost.
Mais tarde, o mistério foi desvendado quando se revelou que a mancha negra que se assemelhava a um buraco negro era provocada por um efeito ótico e pela qualidade da imagem. A ilha, que deve o seu nome ao navio de um explorador russo que a descobriu em 1820, é inabitada e tudo indica que seja apenas muito esporadicamente visitada por humanos.
Em 1979, a ilha de Vostok foi reconhecida como parte integrante de Quiribati e nomeada como um santuário de vida selvagem, devido às inúmeras espécies animais que abriga, incluindo várias aves marinhas e espécies aquáticas, já que está próxima da Grande Barreira de Coral da Austrália.
Estima-se que Quiribati – um país insular composto de ilhas e atóis – possa ser o primeiro país do mundo a desaparecer com a elevação do nível do mar, em consequência do aquecimento global.