Apenas duas das 56 páginas da tese de mestrado de Xavier Bettel, primeiro-ministro do Luxemburgo, não foram plagiadas, revelou uma investigação realizada pelo jornal luxemburguês Reporter. De acordo com o órgão de comunicação, a tese do político, Rumo a uma Possível Reforma dos Sistemas de Voto no Parlamento Europeu, é uma “impressionante mistura de passagens copiadas, que não cumpre os requisitos necessários da academia”, sendo que apenas alguns parágrafos da introdução e conclusão não foram plagiados.
A tese do agora primeiro-ministro integrava a obtenção de um diploma avançado em Legislação Pública e Ciência Política. Depois de confrontado com a notícia, Bettel, de 48 anos, já admitiu que a sua tese universitária “deveria ter sido feita de forma diferente”, embora na altura que a completou, em 1999, a tenha realizado de “consciência tranquila” e sem qualquer má intenção. Isto aconteceu no mesmo ano em que Bettel entrou para o Parlamento.
O jornal luxemburguês revela que, no total, foram retirados excertos extensos, sem que haja qualquer referência, de dois livros, quatro sites e um artigo de imprensa. Já de acordo com o jornal Politico, do site do Parlamento Europeu foram copiadas 20 páginas completas, sendo que outras nove foram retiradas de um relatório de 1998 de um deputado grego, Georgios Anstassopoulos.
Bettel afirmou ainda que, na altura da tese, tinha confiança total na Universidade de Lorraine, em França, para verificar se o trabalho académico cumpria os requisitos necessários, e que aceitaria “naturalmente” qualquer decisão que fosse tomada, mesmo que a sua qualificação fosse retirada.
Etienne Criqui, que supervisionou Xavier Bettel durante a tese, referiu que, além de o contexto ser diferente, as ferramentas que servem para detetar plágio não eram tão desenvolvidas como atualmente.