No final de um dia de vacinação, no início de julho, quando verificavam os excedentes, os profissionais do centro de saúde aperceberam-se que a 12 pessoas, todas nascidas em 1978, que não conseguiram identificar, não tinha sido administrada a segunda dose da vacina da Pfizer, como esperado, mas, sim, apenas soro.
As autoridades de Saúde Pública, que analisaram o caso, concluíram que este grupo ficaria “subprotegido” contra a Covid-19 e decidiram que todos os vacinados desse dia poderão, voluntariamente, receber uma terceira dose – que será efetivamente uma segunda para 12 deles – com o intervalo de 21 dias, definido pela Pfizer, entre as doses, tendo sido excluída qualquer contra-indicação.
Numa altura em que está em debate a necessidade de acrescentar uma terceira dose desta vacina ao processo de reforço da imunização, estas cerca de 30 pessoas que estão a receber a nova dose durante esta semana, vão ser as primeiras pessoas vacinadas, em Espanha, com três doses.
De acordo com a farmacêutica americana Pfizer, há provas de que existe um maior risco de reinfeção quatro a seis meses após a toma das duas doses da vacina desde a evolução da Covid-19 para novas estirpes como a Delta, altamente contagiosa – detetada pela primeira vez em dezembro, na Índia, e já presente em mais de 100 países. Além disso, a empresa acredita que uma terceira dose produz anticorpos cinco vezes mais elevados contra esta variante em pessoas com idades entre os 18 e 55 anos, e mais de onze vezes mais elevados em pessoas com idades entre os 65 e 85 anos. Nesse sentido, a empresa está a realizar um estudo (desde o início do mês), com voluntários de vários países.
No entanto, a grande maioria dos peritos defende que se deve esperar para ver quanto tempo dura a imunidade proporcionada pelas duas doses definidas, antes de se iniciar a imunização da população com uma terceira dose. Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e as agências reguladoras europeias e americanas – EEA e FDA – realçam que este assunto, ainda em estudo, só deve considerado quando um maior número de pessoas, especialmente nos países subdesenvolvidos, estiverem vacinadas.