Em comunicado, a CIP considera que o acordo europeu “abre perspetivas para uma intervenção coordenada para estimular e acelerar a recuperação da economia da União Europeia, em resposta à crise provocada pela pandemia de covid-19”.
“Esta decisão contribui para reforçar, de forma marcante, o projeto europeu e afasta a ameaça de fragmentação e de novas divergências no mercado único, decorrentes de respostas nacionais assimétricas a uma crise de proporções inéditas”, continua a confederação, acrescentando que as propostas iniciais da Comissão Europeia “não foram desvirtuadas, ainda que tenham sido limitadas”.
A CIP realça que “pela primeira vez, a Europa aproveita a força que advém da sua dimensão para emitir dívida de forma centralizada, o que se revelará fundamental para não sobrecarregar os Estados-membros mais endividados”.
Para o presidente da CIP, António Saraiva, o acordo e as soluções definidas no acordo constituem “um marco no retomar do projeto europeu”.
“Neste quadro, Portugal beneficia de condições favoráveis para sustentar uma recuperação mais rápida e mais forte”, considera.
Porém, o presidente da CIP adianta que “é necessário, agora, assegurar que estes fundos são disponibilizados de forma atempada e aplicados eficazmente, em áreas relevantes e investimentos produtivos, de forma a que saíamos deste período de crise reforçados”.
Para a confederação que representa mais de 150 mil empresas, “Portugal enfrenta o desafio de tirar o máximo partido das oportunidades criadas pelos novos instrumentos”.
“É preciso definir, desde já, estratégias de políticas públicas e estratégias empresariais capazes de orientar com eficácia esses recursos, não só numa perspetiva de recuperação, a curto prazo, mas com uma visão de futuro”, pode ainda ler-se no comunicado.
O Conselho Europeu aprovou hoje um acordo para retoma da economia comunitária pós-crise da covid-19, num pacote total de 1,82 biliões de euros.
A decisão surgiu já pelas 05:30 (hora local, menos uma em Lisboa), minutos depois de os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) terem retomado, esta madrugada em Bruxelas, os trabalhos formais a 27, após árduas negociações nos últimos dias.
Nesta reunião histórica, foi então aprovado um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com pouco mais de metade em subvenções.
Relativamente ao Fundo de Recuperação, 390 mil milhões de euros serão então atribuídos em subvenções (transferências a fundo perdido) e os restantes 360 mil milhões em forma de empréstimo.
Portugal deverá arrecadar 15,3 mil milhões de euros em transferências a fundo perdido no âmbito deste fundo.
DF (ANE/ACC) // JNM