A tecnologia 5G acelera a transmissão da Covid-19, a pandemia é um ataque da China contra o Ocidente, Bill Gates quer colocar microchips em vacinas para monitorizar a população, George Soros é o responsável por mexer os cordelinhos das manifestações do movimento Black Lives Matter. As teorias da conspiração infundadas parecem estar a conquistar o mundo. São loucas e rebuscadas, como sempre, mas chegam-nos mais depressa e estão mais próximas do poder do que nunca. Num contexto de fake news, de desvalorização dos especialistas, de uma pandemia violenta e de protestos à escala global, estarão as teorias da conspiração a ameaçar as próprias democracias?
Embora pareça que estamos a viver uma revolução, pode ser apenas uma ilusão de ótica. As teorias da conspiração não mudaram muito. Continuam a basear-se numa desconfiança em relação ao “outro”, normalmente uma elite que se assume ter capacidade para manobrar os bastidores de grandes acontecimentos − como escreve Mark Andrejevic, em Infoglut, uma “concentração de poder escondido ou não óbvio e as formas de dissimulação ou ignorância que permitem essa operação”.
Não é fácil medir a intensidade de ideias que, frequentemente, se sussurram mais do que se gritam, mas quem já tentou fazê-lo não conclui que haja hoje mais teorias da conspiração do que no passado. Em American Conspiracy Theories (2014), Joseph Uscinski e Joseph Parent analisam as “cartas ao diretor” enviadas para o The New York Times (NYT) e para o Chicago Tribune nos 121 anos anteriores, concluindo não existir mais conversa sobre conspirações neste século. Pelo contrário, parece até ter diminuído desde os anos 1980/90.
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