O protesto começou pelas 4 da madrugada, em frente ao Hotel Copacabana Palace, na célebre praia do Rio de Janeiro, uma das mais emblemáticas do Brasil. Foi quando quase 40 voluntários começaram a abrir buracos na areia, colocando ainda cruzes, bandeiras e cartazes. Nas mensagens, lia-se: “Brasil, país das covas”. No dia em que o país ultrapassou a barreira das 40 mil mortes – e os 800 mil casos – aquelas campas assinalavam também a lotação dos cemitérios brasileiros.
“Porquê tanta gente morta? Não temos dúvida que o facto está relacionado com a incompetência do governo federal e com o péssimo exemplo dado pelo presidente”, afirmou António Carlos Costa, o presidente da ONG Rio de Paz. “O que desejamos é uma mudança na gestão desta crise pandémica.”
Previsões pouco favoráveis
O alvo é fácil de identificar. Mais propriamente, Jair Bolsonaro, o Presidente brasileiro, que, aponta a mesma ONG, não expressou qualquer compaixão e solidariedade com os que estão a sofrer. Além disso, ameaçou abandonar a Organização Mundial da Saúde – tal qual fez Donald Trump, o seu homólogo americano. E ainda vetou a transferência de milhões para estados e municípios combaterem a pandemia.
Entretanto, a dar razão aos receios dos manifestantes, uma projeção recente da Universidade de Washington, nos EUA, acredita que o Brasil vai ultrapassar o número de mortos dos Estados Unidos no final de julho. A confirmar-se, tornar-se-á o país do mundo com mais vítimas mortais provocadas pela pandemia de Covid-19.