“Deixa-me muito triste que tenha chegado a isto. A decisão que tomei de nos afastarmos não foi tomada com ligeireza”, comentou o príncipe Harry num jantar em Londres, no domingo, perante os apoiantes da instituição de caridade que co-fundou em 2006, antes de continuar: “Foram tantos meses de conversa depois de tantos anos de desafios. Sei que nem sempre acertei, mas, neste caso, não havia mesmo outra opção.”
O Palácio de Buckingham anunciou no sábado um acordo em que o príncipe Harry e a sua mulher, Meghan, renunciaram aos respetivos títulos, abandonando os deveres enquanto membros seniores da família real do Reino Unido e deixando de receber fundos públicos.
Buckingham informou que Harry e Meghan deixarão de ser membros ativos da família real, assim o acordo surtir efeito na “primavera de 2020”. Nessa altura, passarão a ser referidos como Harry, duque, e Meghan, duquesa de Sussex.
O casal deixará de usar o título de “Sua Alteza Real”, mas não será destituído do mesmo. Harry manter-se-á como príncipe e sexto na linha de sucessão ao trono britânico.
O palácio indicou ainda que o casal irá devolver aos contribuintes britânicos cerca de 2,4 milhões de libras (2,82 milhões de euros) gastos na renovação da sua casa, nos arredores do Castelo de Windsor.
No comunicado, a rainha Isabel II manifestou-se “satisfeita” com o acordo alcançado. “Juntos encontrámos uma forma construtiva de cuidar do meu neto e da sua família. Harry, Meghan e Archie serão sempre membros muito amados da minha família”, fez saber a rainha britânica.
“Reconheço os desafios que tiveram que enfrentar em resultado do escrutínio intenso de que foram alvo nos últimos dois anos e apoio o seu desejo de terem uma vida mais independente”, disse ainda a monarca.
“A esperança de toda a minha família é que este acordo lhes permita começarem uma nova vida feliz e em paz”, acrescentou Isabel II.
O anúncio do Palácio Buckingham conclui vários dias de conversações no seio da família real britânica, que se seguiram à decisão tornada pública por Meghan e Harry de abandonarem os respetivos deveres enquanto membros de topo da realeza britânica e viverem no Canadá e no Reino Unido.
O palácio real não revela quem irá suportar as despesas com a segurança do casal, atualmente suportadas pelo erário público britânico, escusando-se a comentar “sobre detalhes relativos a segurança”.
“Existem processos independentes bem estabelecidos para determinar a necessidade de segurança suportada por financiamento público”, fez saber o palácio.
No jantar da sua ONG, Harry fez questão de sublinhar a dificuldade de deixar para trás tudo o que conhece para “dar um passo em frente rumo ao que [espera] possa ser uma vida mais tranquila”.