O aviso do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) foi publicado esta manhã, é válido por 24 horas e dá conta da previsão de chuvas moderadas a fortes e ventos com rajadas e trovoadas severas até esta sexta-feira, 22. As principais regiões afetadas serão, novamente, as do centro do país. No entanto, as cidades de Maputo e da Matola já estão também em alerta.
Segundo o INAM prevê-se a ocorrência de aguaceiros ou chuvas, trovoadas e ventos com rajadas a partir do final da tarde desta quinta-feira, 21. Há cinco bairros da Matola e três bairros de Maputo sinalizados, segundo o que a VISÃO apurou, e há já mensagens de texto a correr os telemóveis dos habitantes de ambas as cidades informando que a energia elétrica será cortada a partir do momento em que o vento e a chuva começarem. “Mantenham os telemóveis carregados e uma lanterna sempre à mão”, lê-se numa das mensagens que entretanto foi partilhada com a VISÃO.
Mas há mais avisos: “Antes de saírem de casa, verificar janelas e portas e assegurar que não há eletrodomésticos no chão, nem mesmo cabos elétricos; verificar se não há objetos ou equipamentos que possam se deslocar para trás de portas e portões e impedir o normal funcionamento dos mesmos; ao sair de casa, levem uma mala com roupa seca; evitar circular em zonas baixas, a partir das 19h.”
Há empresas portuguesas a retirar pessoal e equipamentos de alguns dos bairros mais baixos onde estão a ser levadas a cabo algumas empreitadas de obras públicas, por precaução.
Beira tenta reagir enquanto chora mortos e desaparecidos
Entretanto, na Beira, o caudal das águas parece estar a dar algumas tréguas. “O Zimbabué está a controlar as descargas e a situação do rio Buzi melhorou”, referiu um habitante da Beira aos seus familiares, via mensagem de texto a que a VISÃO teve acesso. A informação foi-lhe dada pelas autoridades presentes na região, numa reunião de emergência na cidade.
Dá também conta da chegada da ajuda humanitária internacional, sobretudo forças armadas, médicos e mergulhadores da África do Sul e da Índia, que fez chegar médicos e medicamentos através de avião, barco ou helicóptero, dando a ideia de que as condições estão, lentamente, a desagravar-se.
No entanto, há ainda gente à espera para ser resgatada. O jornal Carta de Moçambique dava esta manhã conta de que “muitos estão ainda à espera da magia de um resgate que tarda. Há relatos de gente que desiste de viver, atirando-se impotente, para a água”, lê-se naquele meio de comunicação.
De Portugal segue, esta noite, mais um C-130 da Força Aérea Portuguesa com material de ajuda humanitária e membros da Proteção Civil para ajudar no terreno. O Secretário de Estado das Comunidades tem recebido apelos para reforçar a presença militar portuguesa em Moçambique numa altura em que toda a ajuda humanitária parece ser pouca.
Apesar de já haver contacto com a cidade da Beira, a verdade é que entre esta e o resto do país existem dezenas de povoados isolados e dos quais ainda não há notícias.