O impacto das alterações climáticas nos EUA terá efeitos devastadores na economia e na saúde até ao fim do século.
Um dia depois de Donald Trump ter posto, mais uma vez, em causa a destruição do ambiente, a resposta veio da própria Casa Branca ao publicar relatório”Quarta Avaliação Nacional Climática Volume II” (”Fourth National Climate Assessment Volume) conduzido pelo Congresso e redigido com a ajuda de treze de agências governamentais e departamentos dos EUA.
Os mais de 300 peritos envolvidos na elaboração do documento são claros nas conclusões: “Com o crescimento contínuo das emissões a taxas histórias, as perdas anuais em alguns setores económicos podem chegar às centenas de milhares de milhões de dólares até o final do século – mais que o atual produto interno bruto (PIB) de alguns estados norte-americanos”.
As alterações climáticas existem e, “os riscos futuros”, dependem “principalmente das decisões que são tomadas hoje”, é referido.
A previsão dos especialistas é que afete de forma desproporcional os mais pobres, limite a água disponível, danificar as infraestruturas, aumente os custos industriais e tenha ainda mais impacto na saúde humana.
Aliás, é dito que “não há nenhuma explicação alternativa” para estas alterações a não ser a “atividade humana, especialmente a emissão de gases com efeito de estufa”.
Brenda Ekwurzel, diretora da Union of Concerned Scientists e uma das autoras do relatório, diz que ficou “claro que as alterações climáticas não são um problema do futuro distante. Estão a acontecer agora em todas as partes do país”.
No ano passado, Donald Trump anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris alegando que os benefícios ambientais não superam o dano potencial que o acordo teria sobre a economia dos EUA.
“Este relatório vai fragilizar a posição legal da administração Trump no seu propósito de revogar as leis e regulamentos que visam combater as alterações climáticas, e fortalece a posição dos que tencionam desafiar essa intenção da Casa Branca nos tribunais”, refere, ao The New York Times, Michael Oppenheimer, professor de GeoCiências da Universidade de Princeton.