O futuro ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Fraga Araújo, escolhido recentemente por Bolsonaro, diz que as alterações climáticas são uma tática marxista com o objetivo de instigar o medo e impedir o crescimento económico dos países capitalistas democráticos, assim como beneficiar a China.
“O climatismo juntou alguns dados que sugeriam uma correlação do aumento de temperaturas com o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, ignorou dados que sugeriam o contrário, e criou um dogma ‘científico’ que ninguém mais pode contestar sob pena de ser excomungado da boa sociedade”, escreve o diplomata no seu blogue, denominado Metapolítica.
Ernesto Araújo afirma ainda que foi a esquerda que, nos últimos 20 anos, “sequestrou a causa ambiental” e a “perverteu até chegar ao paroxismo”.
Este “dogma”, como o diplomata lhe chama, serve apenas apenas para “para justificar o aumento do poder regulador dos Estados sobre a economia e o poder das instituições internacionais sobre os Estados nacionais e suas populações”, assim escreve.
O ministro continua, referindo que esta “tática globalista” pretende favorecer o crescimento da China, com a transferência do “poder económico do Ocidente para o regime chinês, um processo que Donald Trump já está a tentar interromper”.
As ideias de Ernesto Fraga Araújo alinham-se, em parte, com as do presidente americano que, em novembro de 2012, fez uma publicação no Twitter em que referia que o aquecimento global foi um conceito “criado pelos e para os chineses, a fim de tornar a produção norte-americana não competitiva”.
Um dos objetivos do presidente brasileiro é, precisamente, retirar o Brasil do Acordo de Paris, assinado em 2015, que prevê a redução das emissões de dióxido de carbono a partir de 2020, como fez Donald Trump em relação aos EUA, em 2017.
No seu blogue, o ministro defende o catolicismo e critica frequentemente o marxismo, o aborto e o feminismo, por exemplo. Além disso, descreveu, várias vezes, nos seus textos o Partido dos Trabalhadores como um “Projeto Totalitário ou Programa de Tirania”.