O Boeing 737 MAX 8 ao serviço da companhia indonésia low cost Lion Air desapareceu dos radares 12 minutos depois de ter descolado do aeroporto de Jacarta em direção a Sumatra, no dia 29 de outubro, tendo-se despenhado no mar, ao largo de Java com 189 pessoas a bordo.
A queda do avião tem estado envolta em mistério, sem nada que explique o desastre com o aparelho novo, mas a análise da caixa negra que já foi encontrada permitiu aos investigadores obter uma primeira pista.
“Descobrimos uma avaria no instrumento indicador de velocidade nos últimos quatro voos, incluindo o voo que de despenhou”, anunciou o capitão Nurcahyo Utomo, do Comité Nacional indonésio para a Segurança dos Transportes.
Em conferência de imprensa, Soerjanto Tjahjono, chefe do organismo, afirmou que os dados recolhidos através da consulta das caixas negras “são consistentes” e dizem respeito aos valores “erráticos” dos indicadores de velocidade e de altitude que se registaram nas últimas quatro viagens que o aparelho efetuou.
A informação foi divulgada segunda-feira, logo após uma reunião particularmente emotiva entre os familiares das vítimas e um dos fundadores da Lion Air, organizada pelas autoridades de Jacarta. Os familiares queixam-se da falta de informações sobre as causas do acidente e pedem o apuramento de responsabilidades.
Soerjanto Tjahjono afirmou também que o estado em que se encontram os restos do avião demonstra “grande velocidade” no momento em que o Boeing se despenhou.
“A velocidade com que se despenhou foi suficientemente elevada para libertar uma grande energia. Por isso a fuselagem ficou fragmentada em pequenos elementos”, disse.
Dezenas de elementos das equipas de resgate continuam as buscas no local do acidente na tentativa de encontrarem a segunda caixa negra, com a gravação dos diálogos do cockpit do avião e que podem ajudar a esclarecer com precisão as causas que levaram o Boeing 737 Max 8 a despenhar-se poucos minutos após a descolagem.