Stephen Paddock, 64 anos, jogador de poker, com dinheiro no banco. Este é o resumo abreviado do homem que matou 59 pessoas e feriu mais de quinhentas, que assistiam a um concerto num festival de música country, a partir da janela do seu quarto de hotel no 32º andar, em Las Vegas, nos EUA.
Pouco se sabe da vida de Paddock. Alguns vizinhos que com ele se cruzaram nas várias cidades por onde foi passando dizem que as casas estavam quase sempre vazias, com pouca mobília. Como se estivesse sempre pronto a partir, relataram ao jornal Washington Post.
Filho de um assaltante de bancos que, durante a década de 1970, esteve na lista dos mais procurados do FBI depois de ter fugido da prisão quando cumpria uma pena de 20 anos – acabou por ser capturado em 1978 – ,Stephen cresceu com a mãe e mais três irmãos que a vida foi separando.
Um deles não via Stephen há 20 anos e outro, Eric, que apareceu em entrevistas televisivas, disse que a última vez que falou com ele foi em setembro, quando Stephen lhe enviou um sms para saber se estava tudo bem com a mãe aquando da passagem do furacão Irma pela Florida.
Embora os detalhes sobre o homem que tinha feito o check-in no Mandalay Bay Hotel and Casino na passada quinta-feira sejam escassos, sabe-se que era um jogador assíduo de casinos, onde passava horas nas slot machines de poker e que gastava grandes quantias de dinheiro. Eric referiu ao The New York Times que, em tempos, os dois fizeram negócios no ramos imobiliário e que Stephen era um “homem rico”.
“Ele era apenas um tipo que jogava poker, fazia viagens a comia burritos. Não tinha filiação política nem religiosa, que nós saibamos”, disse.
Apesar de saber que o irmão tinha armas num cofre, Eric referiu que não lhe conhecia nenhuma adição especial à violência.
A verdade é que a polícia encontrou 23 armas no quarto do 32º andar do hotel e muitas munições. Em casa, numa localidade próxima de Las Vegas, foram descobertas mais 19, explosivos, milhares de munições e material para fabricar engenhos explosivos, como amoníaco.
Stephen casou em 1985 e divorciou-se cinco anos depois. Não tem filhos. Vivia agora com uma namorada que foi inquirida pela polícia, mas que não foi considerada suspeita.
Apesar de o Daesh se ter apressado a reivindicar o ataque, dizendo que Paddock se tinha convertido ao Islão há uns meses, o FBI “não encontrou ligações a nenhum grupo terrorista”. As autoridades tentam agora deslindar a vida do homem que causou o maior massacre da história dos EUA.