Com esta confirmação, a farmacêutica é a primeira vítima nos Estados Unidos deste ataque com contornos internacionais.
“O nosso sistema informático global foi comprometido por este ataque informático mundial”, disse, em declarações à agência noticiosa francesa AFP, uma porta-voz do grupo farmacêutico, que acrescentou que o laboratório teve conhecimento do ataque durante o período da manhã no fuso horário da costa leste dos Estados Unidos (menos cinco horas do que em Lisboa).
Questionada sobre uma eventual pirataria de dados, a porta-voz recusou-se a avançar mais pormenores.
“Estamos a investigar e iremos fornecer mais informações quando tivermos mais pormenores”, indicou a representante.
Na rede de mensagens ‘online’ Twitter, a farmacêutica Merck acrescentou que “outras organizações foram igualmente afetadas”, mas sem precisar se entre essas “organizações” constam outras empresas americanas.
“A nossa rede está com uma falha informática. Acionámos os meios para resolver o problema o mais rápido possível”, escreveu também na rede Twitter o grupo agroalimentar americano Mondelez, mas sem fazer qualquer menção ao ataque informático mundial.
Um vasto ataque informático, com contornos operativos que fizeram recordar outro ataque ocorrido em maio passado, atingiu hoje simultaneamente, e numa primeira fase, vários bancos e empresas na Ucrânia e na Rússia.
O ataque propagou-se depois a vários grandes grupos internacionais na Europa Ocidental.
A transportadora marítima dinamarquesa Maersk, o gigante publicitário britânico WPP e o grupo industrial francês Saint-Gobain confirmaram ter sido afetados pelo ataque informático, precisando que os respetivos sistemas foram protegidos para evitar eventuais perdas de dados.
As primeiras informações deste ataque informático que ganhou contornos internacionais surgiram ao início da tarde na Ucrânia.
O Banco Central da Ucrânia informou que vários bancos e empresas ucranianos tinham sido hoje alvo de um ataque informático que provocou constrangimentos em diversos serviços, nomeadamente nos pagamentos com cartões bancários.
“O Banco Central da Ucrânia informou os bancos e outros agentes do mercado financeiro de um ataque informático externo realizado hoje contra as páginas na Internet dos bancos ucranianos e de empresas públicas e comerciais”, referiu a instituição, num comunicado.
Por exemplo, e na sequência do ataque, os passageiros do metro de Kiev não estavam a conseguir comprar bilhetes com os respetivos cartões bancários e os bancos ucranianos tiveram de suspender alguns dos serviços prestados aos seus clientes.
Na Rússia, o gigante petrolífero Rosneft confirmou ter sido vítima de um “poderoso ataque informático” que visou os seus servidores.
O grupo russo petrolífero precisou que a sua produção não foi interrompida.