Desde o ataque que aconteceu a semana passada, em Westminster, o Daesh tem inundado o YouTube com centenas de vídeos de recrutamento, que contêm imagens de extrema violência. A informação foi avançada pelo jornal The Times que apelida este episódio como uma “aparente tentativa de capitalizar a tragédia”.
A Google, empresa que detém o YouTube, não tem conseguido bloquear os vídeos, apesar de muitos deles serem publicados a partir de utilizadores com nomes como “Islamic Caliphate” ou “IS Agent”.
Muitos vídeos fazem claramente referência ao ataque ao parlamento inglês levado a cabo por Khalid Masood, um muçulmano convertido que esfaqueou um polícia e atropelou várias pessoas que caminhavam sobre a ponte de Westminster.
Escreve o The Times que alguns dos vídeos foram produzidos pelo departamento de media do Daesh e que mostram, com imagens de alta definição, decapitações e outros comportamentos violentos protagonizados inclusivamente por crianças. “Cinco kaffir mortos em Londres, milhares de crentes mortos pelos ataques aéreos dos EUA”, “Quem são os verdadeiros terroristas” e “Documentário do ataque de Westminster (deve ver)” são alguns títulos dos vídeos.
Estas revelações podem pressionar a Google a explicar porque é que os vídeos terroristas são tão facilmente publicados nas suas plataformas. Este fim-de-semana, Boris Johnson, Secretário de Estado do Reino Unido para os Assuntos Externos, condenou a falha da multinacional e Amber Rudd, Secretária de Estado para os Assuntos Internos, acrescentou que estes grupos de media têm de assumir as suas responsabilidades.
Os especialistas têm alertado para a possibilidade de o autoproclamado Estado Islâmico estar a explorar o ataque para recrutar pessoas. “Não foi provada nenhuma ligação direta entre Khalid Masood e o Daesh, mas o grupo está a tentar deixar a sua marca de qualquer forma”, referiu Raffaello Pantucci, do Royal United Services Institute. Embora compreenda que seja difícil, Pantucci disse que era de esperar que a Google tivesse criado um algoritmo para impedir este tipo de conteúdos, tal como já acontece com os pedofílicos.