A loucura é tal que já gerou uma hashtag. Chamaram-lhe #Free Melania e acumula posts, likes e demais comentários atrás uns dos outros, seja no Facebook ou no Twitter. No momento em que muita gente fez questão de demonstrar que não tem os mesmos ideais de Trump – as mulheres já marcharam em uníssono, os cientistas garantem que farão o mesmo…– há alguém que fez sempre questão de dizer que estava do seu lado.
Falamos claro de Melania Trump, ou Melania Knavs, nome de nascença, cujo apelido germanizou para Knauss, 46 anos, 1, 80m – e da desconfiança, revista e aumentada nos últimos dias, de que nada vai bem na casa dos Trump.
Tudo começou na tomada de posse. Ele olha para trás, ela sorri. Ele vira-se de novo para a frente, ela cerra os lábios, a expressão do rosto endurece, numa frieza indisfarçável. A gravação do momento gerou imensos comentários e interpretações. A New York Mag apressou-se a dizer que investigou e pode garantir que as imagens são reais.
Num outro gif, no momento de ir cumprimentar o casal que estava de saída da Casa Branca, Melania aparece a sair do carro atrás de Donald, que sobe as escadas sozinho para cumprimentar os seus anfitriões e a deixa para trás – ao mesmo tempo que, numa imagem muito semelhante, vemos Barack a aguardar por Michelle antes de prosseguir. Logo a seguir, o mundo questionou-se sobre o que seria o presente que Melania entregou a Michelle. Rapidamente, a imagem da caixa surgiu por todo o lado a mostrar um papelinho que dizia apenas “Help”.
Veio a Marcha das Mulheres – e a hastag #Free Melania ganhou força. Rapidamente o cartaz: “Melania, pisca os olhos se precisares de ser salva” correu mundo.
Mas lembremo-nos que todo este virote em volta de Melania começou com o discurso anti-imigração de Trump – “Trazem drogas e todo o crime em geral, são violadores…” Logo a Associated Press veio juntar mais uma acha à fogueira ao lembrar que a atual primeira-dama, de origem eslovena, começou a trabalhar nos Estados Unidos antes de ter um visto que o permitisse. Terá ganhado, acrescenta aquela agência noticiosa, mais de 20 mil dólares em 10 contratos até receber a autorização, em 2001. A cidadania só chegou cinco anos depois.
“Na minha Eslovénia natal, debaixo do poder comunista, América significava sonho e poder”, declarou então a ex-modelo, que sempre apoiou o marido no tal discurso duro contra imigrantes, cujo ponto alto, em 2011, foi exigir o certificado de nascimento de Obama.
O casamento com o homem do turbante laranja, como brincam outros memes da net, em 2005, contou com Bill e Hillary Clinton entre os convidados. Billy Joel até deu uma nova letra à canção “The Lady is a Tramp”.
Mas hoje, quando estão os dois em público, é visível que mal se tocam e, quando o fazem, mostram um enorme desconforto, num contraste gritante com o casal Obama. A descerem do avião, as mãos não chegam a entrelaçar-se. A dançar, a separação dos corpos é evidente. Quando se cumprimentam, o beijo é rápido e na face.
Sobre os alegados assédios sexuais atribuídos a Donald, Melania disse à CNN que ele nunca disse que o fez – “foi a imprensa que assim o interpretou, porque queria influenciar a votação para a presidência.”
No entretanto, Melania foi ainda acusada de plagiar o discurso de Michelle, num dos momentos altos da candidatura do marido. Entre desculpas esfarrapadas, sobrou para a chefe de campanha, que assumiu responsabilidades e a culpa de toda aquela confusão.
Mais recentemente, há ainda quem tenha reparado que Melania não ia viver com Trump na Casa Branca e iria voltar rapidamente para Nova Iorque. Mas logo se soube também que seria para Barron, o filho mais novo, continuar a frequentar as aulas, até final do ano letivo. Só depois do verão é que o jovem iniciará o percurso escolar em Washington, onde fica a Casa Branca.
E é também por mais ou menos tudo isto que a The Atlantic escreve que Melania não precisa que tenham pena dela – aproveitando as suas palavras, da entrevista que deu a Anderson Cooper, na CNN: “Don’t feel sorry for me.”