Foi um momento alto da noite. Depois de vários minutos de aplausos, Meryl Streep usou o seu discurso de agradecimento para apontar o dedo ao presidente eleito que, em 2015, gozou com um jornalista do New York Times, que sofre de espinha bífida – e ainda alertou para a importância de defender a imprensa livre.
Hollywood reunira-se para a entrega dos globos de ouro, uma escolha da Associação da Imprensa Estrangeira, e ainda atribuir o prémio de carreira à conhecida atriz. Mas, em vez de falar da sua pessoa, Meryl Streep, que fez campanha por Hillary Clinton, não demorou a desviar as atenções para o momento crítico que o país vive, aproveitando o tom de crítica já usado pelo ator que interpreta o conhecido Dr House.
“Obrigado, imprensa estrangeira. Só para acentuar o que Hugh Laurie disse: “O que é Hollywood, afinal? É apenas um monte de pessoas de outros lugares”, disse a atriz, a lamentar, irónica q.b, que o desempenho do ano, aquele que a fez realmente chorar, não fosse de nenhum daqueles magníficos atores: “Foi de alguém que se prepara para se ocupar o lugar mais privilegiado do país, que gozou um repórter só por este ter uma incapacidade física. (…) Desrespeito convida ao desrespeito, violência incita à violência. E quando alguém usa a sua posição de poder para intimidar os outros, todos nós perdemos.”
Meryl Streep fez ainda questão de assinalar a importância da imprensa para a América continuar a ser livre, apelando ao apoio ao Comité para a Proteção dos Jornalistas: “Porque vamos precisar deles, e eles precisam de nós para salvaguardar a verdade.” E terminou a lembrar a sua querida “Princesa Leia”, que um dia lhe disse: “Agarra esse coração partido e transforma-o em arte.”
Donald Trump, zangado, respondeu que “Streep era uma defensora de Hillary Clinton e que tudo fizera para desvirtuar o tom de brincadeira que ele usou.”