Uma pasta com 10 gigabytes colocada ‘online’ expõe conteúdo sexualmente explícito e detalhes pessoais de mais de 160 jovens mulheres, que garantiam desta forma empréstimos na plataforma Jiedaibao.
Lançado em 2015 pelo grupo JD Capital, o Jiedaibao permite aos credores manter o anonimato, mas exige que o mutuário revele o seu nome quando efetua transações.
O montante dos empréstimos e as respetivas taxas de juro podem ser negociados entre os utilizadores, a maioria pessoas que têm dificuldades em aceder ao crédito através das vias tradicionais, como os bancos.
As taxas de juro nos “empréstimos da nudez” chegavam a atingir trinta por cento por semana, segundo o jornal estatal Global Times.
Os credores intimidavam as mulheres afirmando que caso falhassem em saldar as dívidas, as fotos seriam enviadas a familiares e amigos, cuja informação era também requerida em algumas transações, escreve o jornal.
O material divulgado na Internet revela ainda que algumas das devedoras prometiam também reembolsar os empréstimos através de favores sexuais, segundo imagens de conversas mantidas ‘online’ e que circulam agora nas redes sociais chinesas.
Em comunicado, a plataforma Jiedaibao disse que detetou as contas de vários utilizadores através das fotografias e informações pessoais colocadas ‘online’ e que suspendeu as contas de credores suspeitos.
“Os ‘empréstimos da nudez’ eram sobretudo iniciados e completados fora da rede e o Jiedaibao apenas desempenhava o papel de plataforma para transferir o dinheiro”, afirma em comunicado.
Este não é o primeiro caso na China com fotos incómodas a envolver empresas que facilitam empréstimos entre pessoas (P2P, na sigla em inglês).
Em novembro passado, o Alipay, a plataforma de pagamento do gigante do comércio eletrónico chinês Alibaba, foi criticado após várias fotografias com utilizadoras do sexo feminino, em poses sedutoras, serem divulgadas nas redes sociais.
A China tem quase 2.600 plataformas de P2P, de acordo com estimativas da indústria. No ano passado, as transações atingiram cerca de 150 mil milhões de dólares (140 mil milhões de euros).
Em agosto passado, a Comissão Reguladora do Sistema Bancário da China anunciou novas regras para estas plataformas ‘online’ e estabeleceu um milhão de yuan (135 mil euros) como valor máximo a ser negociado.