Foi apenas mais uma mas fez tremer Clinton e os democratas. A sondagem do Washington Post e do canal de televisão ABC, publicada na terça-feira, 1, dá uma vantagem – marginal, é certo, mas ainda assim uma vantagem – ao candidato republicano, Donald Trump. Com 46% da intenção de voto, o magnata do imobiliário aparece, assim, pela primeira vez em muitas semanas, à frente de Hillary Clinton.
Embora a vantagem de Trump seja tão pequena que se encontra dentro da margem de erro da sondagem, o facto é que a média dos últimos estudos eleitorais mostram uma queda da candidata democrata: numa semana, a vantagem de Hillary Clinton passou de cinco pontos percentuais para 2,2.
Na última semana, a campanha de Hillary tem sido abalada pelo anúncio de que o FBI decidiu reabrir a investigação aos emails que enviou enquanto Secretária de Estado da administração Obama, cargo que corresponde ao de ministro dos Negócios Estrangeiros. Numa carta ao Congresso, o diretor do FBI, James Comey, informou que a reabertura da investigação se deveu ao surgimento de mais emails da candidata democrata, encontrados na investigação a outro caso, envolvendo um congressista e a sua ex-mulher.
Também na última semana se soube que Hillary beneficiou do conhecimento prévio de perguntas que lhe foram colocadas durante os debates nas primárias. Donna Brazile, uma democrata que trabalhava para a CNN, terá dado conhecimento prévio a Hillary de possíveis questões colocadas durante debates organizados pelo canal de notícias norte-americano, quando ainda a agora candidata disputava a nomeação com Bernie Sanders. No seguimento do caso, conhecido através da divulgação de emails pelo WikiLeaks, Donna Brazile terminou o contrato com a CNN.
Num momento em que ainda se fazem sentir os abalos das últimas revelações nas hostes democratas, Barack Obama juntou-se à campanha de Hillary. O ainda presidente esteve na terça-feira, 1, num encontro no Ohio. Na quarta-feira e na quinta-feira visitará a Carolina do Norte e, na sexta-feira, estará na Florida. Estes são estados chave, nos quais os dois candidatos estão praticamente igualados. A pedalada de Obama – que apelará ao voto dos negros e dos hispânicos em Hillary – está relacionada com o sistema eleitoral norte-americano: quem conquista um Estado fica com todos os votos eleitorais dessa circunscrição. O candidato que conseguir 270 dos 538 em disputa vence as eleições.