A Noruega é um país rico. Já sabemos. Tão afortunado que o o seu povo insiste em ceder terras aos povos vizinhos.
Desde a década de 70 do século passado que um funcionário dos serviços geográficos da Noruega defende a cedância do pico do Monte Halti à Finlândia, com quem faz fronteira. Na realidade, a montanha de 1365 metros de altitude está praticamente toda em território finlandês, com exceção do seu pico.
A sugestão é ceder este pedaço de terreno e oferecê-lo como prenda de aniversário pela independência dos russos, que a Finlândia assinala a 6 de dezembro de 2017. E há já mais de 17 mil pessoas a subscrever a página de Facebook que dá voz a esta campanha. Os argumentos: a divisão, estabelecida no século XVIII, é ilógica e deve ser corrigida. Além disso, o Monte Halti não integra sequer a lista das vinte montanhas mais altas da Noruega. Já a Finlândia passaria a ter um novo cume, sendo que atualmente o ponto mais alto do país não passa dos 1316 metros.
Só que a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, não aceitou a proposta, que implicaria deslocar a fronteira algumas centenas de metros. Problemas legais e até mesmo a Constituição, foram os argumentos levantados pela governante.“Vejo nesta proposta um claro sinaI de que a Noruega e a Finlândia têm um ótimo relacionamento”, reconheceu. Mas “a alteração de fronteiras entre países causa demasiados problemas judiciais que poderiam afetar por exemplo a Constituição.” Aliás, o primeiro artigo do documento é precisamente sobre o território do país, que é “indivisível e inaliável.”
A governante garante que será possível encontrar outro presente para o centésimo aniversário da independência, igualmente relevante. Os defensores da proposta recusam-se a baixar os braços e avançam que apresentarão em breve novos argumentos a favor da cedência.