A Guarda Costeira Italiana anunciou no seu Twitter que esta segunda-feira, 29 de Agosto, foi o dia com maior número de operações de resgate no Mar Mediterrâneo, num total de 40. As missões foram efetuadas junto à costa da Líbia e resgataram 6500 pessoas da água, maioritariamente provenientes da Somália e da Eritreia, que tinham partido horas antes, rumo à Europa, em embarcações de plástico ou de madeira. A apenas 21 quilómetros da costa da Líbia, ainda muito longe do tão desejado destino europeu, a gasolina já estava quase a acabar.
© Giorgos Moutafis / Reuters
© Giorgos Moutafis / Reuters
Estas operações de salvamento tornaram-se frequentes nos últimos anos, mas a quantidade de pessoas que tenta a sua sorte não para de aumentar. Nas imagens agora divulgadas, é possível ver migrantes a nadar ao encontro dos socorristas, depois de terem saltado de um barco sobrelotado que os transportava. De forma a conseguirem lugar, muitos viajavam com as pernas do lado de fora da embarcação.
A Guarda Costeira Italiana coordenou as operações com ONG’s como a Dignity 1 ou a Proactiva Open Arms. Depois de resgatados, os migrantes foram transferidos para várias embarcações pertencentes à marinha italiana e à organização Médicos Sem-Fronteiras.
Dados do Alto Comissariado das Nações Unidas estimam que, durante o último ano, mais de 200 mil refugiados africanos tenham feito a travessia do Mediterrâneo em direção a Itália, que serve de porta de entrada na Europa, em especial através da ilha de Lampedusa. Na tentativa de fugirem de cenários de violência e pobreza, calcula-se que, nos primeiros cinco meses de 2016, tenham morrido cerca de 2.500 pessoas no Mediterrâneo, um aumento de cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para efetuar o trajeto, os refugiados têm de pagar valores que chegam aos milhares de euros a contrabandistas que depois os metem em embarcações sobrelotadas, sem condições para navegar e com pouca gasolina.
De acordo com o jornal Independent, em junho, a União Europeia aumentou os seus esforços no combate ao contrabando na bacia do Mediterrâneo, inclusive com ações de treino junto da marinha e da guarda costeira da Llíbia para controlarem melhor as suas fronteiras marítimas e intercetar barcos que transportem migrantes para a costa italiana.
