A Austrália move-se. Para Norte. A cada ano que passa, aproxima-se sete centímetros do sul da China. Sim, um dia vai lá chegar, mas ainda faltam muitos milhões de anos.
A deslocação do maior país da Oceania acontece devido ao movimento da placa continental, à razão dos tais sete centímetros por ano. E agora os sistemas de navegação digital começam a dar problemas, devido à crescente discrepância com a sua localização geográfica real. É já tão significativa que os GPS’s de veículos e de smartphones transmitem informações erradas a quem a eles recorre.
Dan Jaska, do departamento de Geociência Australiano, adiantou à BBC News que é necessário redefinir as coordenadas exatas para que, por exemplo, “os carros sem condutor não tenham problemas de navegação”. Nesse sentido, está já programada uma deslocação da Austrália nos mapas de quase dois metros (180 cm) para o primeiro dia de 2017.
No entanto, este ajustamento ainda não irá alinhar com total precisão a realidade e os sistemas de navegação. Esse momento está previsto para 2020, sendo que as atualizações passarão a ser anuais a partir dessa data, de modo a que as coordenadas acompanhem sempre o movimento das placas. Desde 1994 que tal não acontece: as coordenadas analógicas e digitais têm andado desencontradas desde então.
Para daqui a 50 milhões de anos, prevê-se que o movimento da placa australiana a faça colidir com o sul da China, criando uma nova cordilheira montanhosa. É um longo e lento caminho, mas há 21 milhões de anos o enorme pedaço de terra que forma a Austrália ainda estava agarrado à Antártida e hoje já vai bem longe. Rumo a Norte.