É já amanhã que os britânicos vão decidir se querem ou não permanecer na União Europeia, mas as sondagens não permitem sequer perceber qual é a tendência de voto em vantagem. As três mais recentes oscilam entre sete pontos percentuais de diferença a favor da continuidade e dois pontos percentuais de avanço para os defensores da saída.
Este intervalo de 9% deixa bastantes reservas quanto ao desfecho do referendo no Reino Unido, ainda que seja possível aferir que a campanha pelo Leave (sair) perdeu algum fulgor nas últimas semanas. De acordo com o Financial Times, que usa como referência um gráfico que traduz a média de todas as sondagens que vão sendo divulgadas, o fosso que parecia criado a favor da saída, no início do mês, dissipou-se e o movimento Remain (permanecer) ganhou novo fôlego na reta final da campanha.
A juntar aos resultados equilibrados revelados pela maioria das sondagens, que parecem deixar nas mãos dos indecisos o destino europeu do Reino Unido, há uma desconfiança generalizada em relação aos métodos usados nos estudos de opinião. Ainda ninguém se esqueceu como falharam nas eleições legislativas de 2015, ao não preverem a vitória do Partido Conservador, de David Cameron, com maioria absoluta.
Para o referendo do Brexit (expressão que mistura a sigla BR, de Britain, com a palavra inglesa para saída, exit), as sondagens por telefone apresentaram sempre uma tendência diferente das realizadas online. Por telefone, segundo os dados indicadores do Financial Times, a opção pela permanência manteve sempre alguma vantagem ao longo deste ano. Mas na internet a disputa foi marcada pelo equilíbrio nos últimos seis meses.
Amanhã acaba a incerteza, com a única ‘sondagem’ que vai contar: a das urnas.