O auto proclamado Estado Islâmico tem nas notícias da comunicação social do Ocidente o seu principal aliado. Foram os jornais que lhe inventaram o nome e são eles que espalham por todo o mundo a sua causa. O Isis, ou Daesh – o nome porque devem ser chamados – não passa de um grupo terrorista com uma narrativa fácil – o Califado – e uma grande cobertura mediática. O ISIS não é mais que um conjunto organizado de marketeiros do terror em cima das oportunidades que a administração Obama lhes permitiu no Médio Oriente.
O novo problema é que, através dos média, há agora, milhares de jovens ocidentais, prontos a aderir a uma causa que se torna mais forte quando, nas suas terras – sejam elas nos subúrbios industriais de França ou numa vila do interior de Portugal – não existe nenhuma.
Quando a redação de um jornal em Paris é atacada e jornalistas são barbaramente assassinados (mesmo ainda antes de se saber de facto quem são os responsáveis); quando um homem, cadastrado, se proclama clérigo do Islão e, barricado num café de Sidney, na Austrália, faz reféns e causa mortes; quando, um grupo de anónimos terroristas executa reféns em lugar incerto nas montanhas do Curdistão e publicita esse feito na internet; é a nossa civilização recua.
Mas sempre que os terroristas atacam os valores humanistas da nossa sociedade em direto na TV, perdemos ainda mais. A Liberdade de Imprensa é sagrada. Mas que fazer quando algo de mais sagrado fica em perigo. Como é a nossa segurança?
O mais temível não é o que os terroristas do ISIS possam fazer na Síria ou no Iraque, onde guerreiam, entre muitos, pelos despojos e o petróleo do antigo país de Saddam Hussein. O que ainda não realizámos completamente é que, através da comunicação social, da internet, do facebook e do twitter, do youtube, o ISIS espalha outro verdadeiro perigo: Oferecendo uma causa e uma bandeira negra aos inadaptados que a crise vem criando nas sociedades do mundo ocidental, o ISIS , pode estar a transformar uma geração inteira em antenas de terror.