Benito Ramos, membro do conselho nacional de desastre nacional e redução de riscos, informou ontem que as mortes já ascendem às 1002. O número de vítimas deve-se, em grande parte, as consequências provocadas pela passagem da tempestade: deslizamento de terras, inundações e queda de árvores.
Ainda antes do anúncio de Benito Ramos, o presidente Benigno Aquino já havia decretado o estado de calamidade nacional e ordenado uma investigação ao caso. O governo filipino já adiantou, também, que serão usados cerca de 17 milhões euros para fazer face as dificuldades. O dinheiro será proveniente de um fundo de calamidades e de empréstimos, um dos quais do banco Mundial.
A reconstrução do que a tempestade destruiu vai começando. Muitos das pessoas que ficaram sem casa vão regressando às localidades afetadas e procuram recuperar o pouco que restou. Imagens dão conta de desalojados a tentarem recuperar, entre o que resta das habitações, algumas peças de mobiliário.
Muitos dos abrigos improvisados para receber quem ficou sem casa estão totalmente cheios o que obriga as pessoas a regressar as casas destruídas ou a pernoitar onde for possível. Entre os relatos, destaca-se um de uma mulher filipina que disse “não ter outro lugar para ir a não ser a antiga casa”. As notícias que vão chegando dão conta de pessoas a dormir nos passeios, por culpa da sobrelotação de ginásios ou igrejas.
As organizações humanitárias e o próprio governo estão preocupados com as condições em que se encontram muitos filipinos. Entre os desalojados, a água potável escasseia e as condições sanitárias não são as melhores. Os constrangimentos deixam prever o risco de propagação de doenças.
Numa das cidades mas afetadas, Iligan, as autoridades continuam a enterrar corpos em elevado estado de deterioração. Um fotógrafo da agência Reuters disse ter visto defuntos em caixões improvisados feitos com toros das casas destruídas. Ontem, cerca de 50 pessoas foram enterradas e hoje as cerimónias fúnebres devem continuar.
A tempestade tropical Washi assolou o sul das ilhas filipinas. Depois da passagem, ficaram os mortos e a destruição. Se recorremos aos registos, é preciso recuar até ao ano 1991 para encontr um desastre com maior número de vítimas. Nessa data, a tempestade tropical Thelma matou cerca de 5 mil pessoas.