“O presidente Sarkozy tem sido muito claro e diz: se os resultados esperados não estiverem lá, não vou assinar o comunicado”, afirmou Lagarde na estação de televisão britânica BBC.
“Isso significa deixar a cimeira, creio que ele está determinado”, afirmou a ministra que falava no programa HardTalk.
As palavras da ministra vêm ao encontro do que escreve o jornal conservador Le Figaro.
“Se as coisas não avançarem em Londres, haverá cadeira vazia! Levanto-me e vou-me embora”, terá afirmado há dias o presidente francês, citado pelo jornal.
Sarkozy afirmou entretanto a jornalistas que a crise económica e financeira “é demasiado grave para que se realize uma cimeira para nada”.
“É preciso obter resultados, não há escolha. A crise é demasiado grave para que se realize uma cimeira para nada”, afirmou, acrescentando ainda estar convicto de que tanto o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, como o presidente norte-americano, Barack Obama, querem o mesmo.
Em Londres, Brown, o anfitrião da cimeira, garantiu que as remunerações dos banqueiros vão ser regulamentadas a nível internacional.
“Pela primeira vez, as economias mundiais vão chegar a acordo sobre as regras internacionais de remuneração dos banqueiros”, afirmou num discurso na catedral de Saint-Paul em Londres perante líderes religiosos e dirigentes de organizações de caridade.
“Trata-se de regras mundiais e não de simples regras que se vão aplicar num país e podem não o ser no país vizinho”, referiu o primeiro-ministro britânico que ao longo do discurso disse acreditar que é possível adoptar na cimeira regras de moralização dos mercados.
Os chefes de Estado e de governo do G20, que reúne os países mais industrializados e as principais economias emergentes, vão encontrar-se quinta-feira em Londres para uma cimeira sobre a actual crise mundial.