No relatório divulgado esta quarta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mantém nos 2% a estimativa do crescimento da economia portuguesa para 2025 mas revê em alta a previsão para este ano, para os 1,7 por cento, contra os 1,6% apresentados em maio. Apesar desta revisão em alta, a previsão da OCDE continua abaixo da projeção do Governo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, que é de 1,8%, bem como para o próximo ano, de 2,1 por cento.
O Economic Outlook aponta para o aumento do rendimento disponível e do consumo privado, nomeadamente com as reduções de impostos, mas indica, por outro lado, uma moderação ao nível das receitas do turismo e a manutenção da escassez de mão-de-obra.
“O forte crescimento salarial e as elevadas taxas de emprego vão aumentar o consumo, especialmente à medida que a inflação e os custos do serviço da dívida diminuem”, prevê a OCDE, admitindo que ainda que os cortes de impostos, aumento das transferências sociais e os salários públicos mais elevados apoiem os rendimentos das famílias, “também abrandarão o declínio da inflação”.
Entre os riscos para estas projeções encontra-se uma nova diminuição da taxa de poupança das famílias e uma evolução salarial mais forte do que o esperado, que “fortaleceriam o consumo, mas também alimentariam a inflação”.
Por outro lado, a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “poderá materializar-se mais lentamente do que o previsto, implicando um menor crescimento e inflação mais baixa”.