Joaquim Carreira falava na audição na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do PSD, Chega e Bloco de Esquerda (BE) sobre a degradação dos salários dos trabalhadores da Lusa e o novo contrato-programa celebrado com o Estado.
“Devido às necessidades recorrentes, do meu ponto de vista, estamos com subfinanciamento”, mas, “mais importante do que dizer se há subfinanciamento ou sobrefinanciamento, é “discutir o contrato de prestação de serviços”, afirmou o gestor.
Ou seja, “os objetivos do serviço público que estão contemplados devem ser reequacionados, devem ser ponderados” porque “o mundo mudou bastante” nos media em várias áreas, reforçou.
Joaquim Carreira defendeu que a Lusa não deve ser vista apenas como uma empresa produtora de conteúdos, “mas uma empresa que presta um serviço público social”, cujo valor social é superior ao económico.
“A Lusa não é só Lisboa, não é só Portugal, a Lusa é também uma agência multinacional” como outra qualquer, referiu.
Atualmente, “para o nível de serviço [que a agência de notícias presta] precisamos de mais”, disse Joaquim Carreira, quando questionado pelos deputados sobre o tema.
“A sustentabilidade só poderá ser feita baseada nesta revisão, dado que é impossível obter mais receitas próprias”, salientou o presidente do Conselho de Administração da agência de notícias portuguesa.
Joaquim Carreira disse que as negociações com os sindicatos mantêm-se e que espera orientações sobre os aumentos salariais de 6,3% anunciados pelo Governo.
“Continuamos a falar com as tutelas [Cultura e Finanças]”, asseverou, salientando que “a história não acaba com esta negociação”. Isto porque a empresa tem necessidades de médio e longo prazo.
ALU // CSJ