O atum posta em azeite, o tomate e alguns tipos de massa também voltaram a subir esta semana, registando aumentos de 9% face ao mesmo dia da semana anterior. Os dados são, como sempre, compilados pela Deco Proteste, que revela um aumento de quase €1 no cabaz de bens essenciais. O valor global deste cabaz fixa-se agora nos €205,54 – recorde-se que o salário mínimo nacional é de €705.
Entretanto, hoje deverá ser assinado o acordo para permitir as exportações de cereais bloqueados nos portos ucranianos, em Istambul, com a presença de representantes da Ucrânia e Rússia, do Presidente turco e do secretário-geral da ONU, António Guterres. O objetivo é evitar uma crise mundial global. Segundo dados compilados pela The Economist, a Rússia e a Ucrânia produzem cerca de 28% dos cereais consumidos mundialmente.
Desde o início da Guerra na Ucrânia, o preço do cabaz já subiu mais de 11% ou quase €22 euros. Aumentos que são cada vez mais difíceis de absorver por parte das famílias portuguesas, que lidam com o aumento da inflação e com o aumento do preço dos alimentos em simultâneo.
A carne e o peixe continuam a liderar o pódio dos alimentos cujo preço mais aumentou desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano. Prestes a assinalar-se o sexto mês desde o início da guerra, os portugueses estão agora a pagar mais 14,87% pelo quilo de carne e mais 15,8% pelo quilo de peixe. Muitas famílias já estão a excluir estas proteínas da sua dieta.
Numa altura em que o Banco Central Europeu avançou também com um aumento das taxas de juro de referência – uma medida que visa travar a escalada da inflação –, os portugueses vão ainda começar a sentir esse aumento nos seus créditos à habitação, por exemplo. A Visão escrevia na semana passada que cada português deverá perder o equivalente a dois salários até ao final do ano que vem, no que toca a poder de compra, sendo as famílias mais pobres as que vão mais rapidamente sentir o efeito deste agravamento da situação económica.