A Polícia Judiciária e o Ministério Público estão esta quinta-feira no terreno a realizar buscas a bancos e a empresas, no seguimento de um inquérito que investiga suspeitas de crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada. Além de instituições bancárias, também a sede social de uma associação e domicílios são alvo dos 15 mandados emitidos.
Em causa, segundo o Ministério Público, estão operações bancárias realizadas por clientes entre 2011 e 2014 por um conjunto de clientes de instituições financeiras e de entidades suas detentoras, refere em nota enviada às redações.
O Banco Montepio já admitiu entretanto em comunicado enviado ao mercado que as suas instalações estão entre as visadas pelas buscas, garantindo que “a instituição cumpre escrupulosamente os seus deveres de colaboração com as autoridades.”
A TVI avança que Tomás Correia, que recentemente deixou a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (dona do Montepio) é visado nesta operação, tal como o Banco BNI Europa, o empresário José Guilherme e Paulo Guilherme, seu filho.
A estação de televisão acrescenta que as diligências estão relacionadas com um financiamento concedido a Paulo Guilherme através do Finibanco Angola, para compra das unidades de participação do Banco Montepio, presidido na altura por Tomás Correia, além de “suspeitas pela forma como José Guilherme se preparava para entrar no capital social do banco BNI Europa”.
Ao Eco, Tomás Correia disse desconhecer o âmbito das buscas e disse não ter sido constituído arguido. “Não faço a mais pequena ideia do que se tratam. (…) Não sou arguido em coisa nenhuma”.
Nas diligências, participaram além de 90 elementos da Polícia Judiciária, também juízes do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, Procuradores da República do DIAP de Lisboa e consultores da AutoridadeTributária e do Banco de Portugal.