O crédito à habitação concedido pela banca portuguesa continua a sua tendência de subida. No ano passado, foram celebrados cerca de 60 mil contratos para compra de casa, que somaram 5,5 mil milhões de euros. Valores que representam uma subida de 34,2% e 39,6% quando comparados com 2015, de acordo com o relatório anual do Banco de Portugal.
Ainda assim, o valor global da carteira de crédito à habitação da banca nacional desceu dos 90,5 mil milhões de euros registados em 2015, para os 88,4 mil milhões no final do ano passado. A razão deve-se ao facto de o número de reembolsos antecipados ter superado a realização de novos contratos. Só no ano passado, foram reembolsados antecipadamente 3,2 mil milhões de créditos, mais 45,4% do que no ano anterior. Foram também renegociados cerca de 28 mil contratos, 11% dos quais estavam em incumprimento.
A opção por um crédito com taxa de juro fixa começa a ser uma tendência, registando “um aumento expressivo” de 164,5%. Uma tentativa de os bancos se protegerem relativamente à descida da taxa Euribor, que, em alguns casos, regista já valores negativos. Mas a maioria (83,4%) dos contratos de empréstimo à habitação continuaram a ser feitos a uma taxa de juro variável, agora mais com o indexante a 12 meses e já não a seis meses, como em 2015.
O spread médio ficou nos 1,98 pontos percentuais, menos 33 pontos do que em 2015.
Também o crédito ao consumo tem registado, desde 2013, uma tendência de subida. Em 2016, foram concedidos, em média, 497,4 milhões de euros e celebrados 119,5 mil novos contratos por mês, sobretudo. O custo deste dinheiro desceu, tendo a taxa anual global média do mercado ficado, no ultimo trimestre do ano passado, nos 11,3%. Comprar um automóvel foi o propósito mais significativo (27,1%), seguido de crédito pessoal (16,1%).