O gestor português liderou o maior negócio da indústria automóvel mundial dos últimos anos. A PSA comprou a Opel à General Motors e tornou-se o segundo maior grupo europeu do setor
De Portugal para o mundo
Nasceu em Lisboa a 14 de agosto de 1958. Quando, aos 17 anos, deixou a capital e decidiu rumar a França, para se formar em Engenharia Mecânica, estava longe de perceber que essa seria uma viagem sem regresso. A adaptação à língua foi fácil. Carlos Tavares estudou no Liceu Francês Charles Le Pierre, em Lisboa, a mãe era professora de Francês e o pai trabalhava numa companhia de seguros gaulesa. Concluiu o curso na École Central de Paris, uma das mais prestigiadas escolas de engenharia de França. Lá conheceu a sua mulher, com quem tem três filhos. Nunca perdeu a ligação a Portugal. Mantém a casa em Lisboa e comprou uma moradia no Algarve, onde passa férias com a família.
O começo na Renault
Quando acabou o curso, em 1981, conseguiu o primeiro emprego na Renault. Quatro anos depois já era responsável pelo desenvolvimento de suspensões para todos os veículos da marca. O seu primeiro grande desafio surge em 1991, quando foi designado para desenhar a plataforma da segunda geração do Clio. O êxito alcançado atirou-o para uma nova tarefa: concebeu toda a gama do Mégane II, a mais importante da marca francesa.
Paixão pelos carros
Carlos Tavares é um apaixonado pelos automóveis, não só pelo seu fabrico mas também pela adrenalina de correr nas pistas. Começou em 1983 como piloto de ralis. Criou uma escuderia com o nome de Clementeam, uma analogia ao nome da sua primeira filha. Pilotou ainda um Dellara Nissan e competiu na World Series. Em 2014, entrou nas 24 horas de Barcelona ao volante de um Peugeot RCZ Club.
Na liderança
Depois de ter sido, durante vários anos, o número dois da aliança Renault/Nissan e o braço-direito do presidente Carlos Ghosn, o Grupo PSA, que controla as marcas Peugeot e Citroën, contrata-o. Carlos Tavares torna-se, a 1 de abril de 2014, líder de um grande fabricante de automóveis. Mas seria assim tão grande? Não para ele. Esta semana comprou a Opel e a Vauxhall (designação para o Reino Unido) por 1,3 mil milhões de euros, bem como toda a operação financeira da General Motors na Europa (banca de financiamento à compra de automóvel), o que acabaria por custar mais 900 milhões de euros.