As mulheres representam globalmente apenas 20% dos executivos de topo das empresas, segundo um estudo da multinacional de recursos Humanos Mercer. Portugal e Espanha destacam-se pela positiva num quadro que deixa muito a desejar em matéria de igualdade de géneros: na Península Ibérica 24% dos lugares cimeiros das empresas são ocupados por mulheres, mais do que a média Europeia.
As abordagens tradicionais de apoio à progressão na carreira não estão a dar o impacto desejado, com uma representação feminina no mercado global de trabalho inferior aos 45%, devendo decrescer para os 40% em 2025, de acordo com o relatório When Women Thrive, divuldago pela Mercer para assinalar o Dia internacional da Mulher.
Nélia Câmara, diretora da Mercer Portugal, classifica que essa sub-representação, tanto ao nível da força de trabalho, como da ocupação dos lugares de topo como “um problema económico e social”.
É verdade que ao longo das últimas duas décadas se têm envidado esforços na promoção de recrutamento de mulheres para níveis superiores nas hierarquias das empresas. Contudo, uma das constatações do Estudo da Mercer é a de que “a saída de mulheres a nível de lugares executivos e de direção de primeira linha é superior.
As mulheres terão atualmente 1,5 vezes mais possibilidades de serem contratadas para funções executivas do que os homens. Porém, também estão a abandonar esses lugares de topo a um ritmo em 1,3 vezes superiores aos dos colegas dos sexo oposto. Ou seja, a chamada taxa de retenção é bastante mais baixa.
Segundo o estudo, a manter-se tudo como está – políticas de recrutamento, promoção e retenção de mulheres – a representação feminina na força de trabalho global, não deverá ultrapassar os 40% em 2025. Dentro de 10 anos, só a América Latina estará em condições de reclamar uma situação paritária passando dos atuais 36% para os 49 por cento de mulheres.
Na Europa, a percentagem de mulheres a trabalhar deverá manter-se estagnada nos 37% da força laboral. No Velho Continente, os países Ibéricos continuarão a destacar-se com um crescimento muito ligeiro dos atuais 44% para os 45% em 2025.
Números que ultrapassam os dos chamados “mundo desenvolvido”. Assim, a Austrália e a Nova Zelândia passarão de 35% para 40%, enquanto os Estados Unidos de 39% para 40 por cento.