No último ano aumentou o número de portugueses que se sentem otimistas e que tencionam consumir mais for a de casa. É essa a conclusão de um estudo da Nielsen, uma multinacional cujo negócio é a gestão de informação sobre os comportamentos dos consumidores.
Segundo o documento, intitulado Estudo Global de Confiança dos Consumidores, levado a cabo junto de utilizadores da internet de 61 países, os portugueses estão mais confiantes. Em Portugal, 30% dos inquiridos afirmavam, no final de 2015, terem boas perspetivas em relação às suas finanças pessoais – um salto quantitativo muito relevante, tendo em conta que um ano antes eram apenas 19 por cento.
A melhoria dos ânimos vai refletir-se na economia, já que segundo o estudo da Nielsen quase um em cada quatro (24%) diz que, depois de cobrir os gastos essenciais, pretende gastar o dinheiro remanescente em entretenimento for a de casa. Isso quando no pico da crise, apenas eram 13 por cento. Portugal situa-se, dessa forma, perto da média europeia, situada nos 26 por cento.
Depois de anos a fio de cortes nas despesas, que não sendo fundamentais são num balsamo para a alma, o estudo da Nielsen revela agora uma maior disponibilidade para abrirem os cordões à bolsa. Por exemplo, as refeições for a de casa, que há um ano significavam 47% da redução dos gastos quotidianos, passou para 35 por cento. Ou seja, de metade para um terço.
Mas nem tudo são rosas. É que se esses indicadores não melhoraram mais é porque a segurança no emprego continua a ser a principal preocupação das pessoas. Segundo os dados divulgados esta terça-feira: 84% dos portugueses não tem boas perspetivas de emprego nos próximos 12 meses. Nesse aspeto só a Grécia é mais pessimista no conjunto de países mediterrânicos, com 90 por cento – seguem-se a Itália (79%), a França (75%) e a Espanha (70%).
Outro dado interessante, que também borra a pintura é o facto, entre os europeus, serem os portugueses a sentirem as maiores dificuldades em conciliar o trabalho e a família. São 14% os que se dizem afetados com a procura do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, quando a média europeia é de 4 por cento.
Portugal fechou 2015 com um índice de confiança de 66 pontos – o valor mais elevado dos últimos anos, uma subida de 7 pontos face ao início desse ano mais 11 do que no final de 2014. Ainda, assim, bastante abaixo da média europeia, situada nos 81 pontos.