O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, recusou hoje “os ultimatos e a chantagem” a que considera estar a ser sujeito pelos seus parceiros europeus, denunciando a pressão a que se sente submetido para aceitar um acordo.
A Europa, salientou, “não foi fundada sob chantagem e ultimatos. Especialmente nestas horas cruciais, ninguém tem o direito de colocar em perigo estes princípios”.
Tsipras falava em conferência de imprensa no final do Conselho Europeu, dominado pelo problema financeiro da Grécia, apesar de este não estar na agenda oficial.
Schäuble lembra pagamento ao FMI até dia 30
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, lembrou hoje ao Governo grego que deve pagar mais de 1,5 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) “a 30 de junho e não a 01 de julho”.
As afirmações de Schäuble foram feitas num congresso sobre banca europeia organizado pelo Instituto Internacional de Finanças em Frankfurt.
No início de junho, Atenas recorreu a uma cláusula que permite agrupar vários pagamentos ao FMI numa única prestação, adiando para dia 30 os reembolsos de dívida que devia fazer ao longo do mês, enquanto prosseguem as negociações com os credores para que seja desbloqueado o financiamento de que o país necessita.
Credores propõem pacote de 15,5 mil milhões até dezembro
Os credores da Grécia propuseram a Atenas um pacote de 15,5 mil milhões de euros até fim de novembro, caso haja um acordo este sábado, para fazer face às obrigações financeiras para com o FMI e o BCE.
Segundo fontes diplomáticas, para que esta proposta vá em frente é esperado, antes de mais, que a Grécia chegue a acordo com os credores no sábado sobre as medidas a executar e, depois, que essas mesmas medidas consigam passar no parlamento helénico, domingo ou segunda-feira.
Caso tal aconteça, Atenas receberá no imediato 1,8 mil milhões de euros de emergência, referentes aos lucros feitos pelo Banco Central Europeu (BCE) com a dívida pública helénica, para que possa reembolsar a tempo os 1,5 mil milhões de euros devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até 30 de junho e evitar o incumprimento (‘default’).