De acordo com o livro “The Day After Tomorrow” (O dia depois do amanhã), escrito por economistas do Banco Mundial, o contributo das economias emergentes para o crescimento global deverá ultrapassar o das suas pares nos países desenvolvidos já em 2015. Otaviano Canuto, um dos vice-presidentes deste organismo e co-autor do livro, advoga mesmo que os países emergentes saíram em defesa da economia mundial, sendo as novas locomotivas do crescimento económico mundial, num período em que as economias dos países desenvolvidos deverão permanecer estagnadas, eventualmente por um período de tempo muito alargado.
Sobre as dificuldades presentes e futuras nestas economias “desenvolvidas”, atentemos nos efeitos futuros da persistência de uma taxa de desemprego (assumida) próxima dos 10% nos Estados Unidos da América, onde o consumo privado representa 70% da economia (para citar um exemplo), ou, no “Velho Continente”, as consequências que irão advir da adopção das medidas de austeridade pelos diversos governos, “obrigados” a cumprir as metas definidas no âmbito das ajudas internacionais, e “forçados” a transmitir um sinal aos mercados de algum controlo da situação. Estas medidas implicam em termos imediatos, entre outras consequências, o aumento dos impostos, o aumento dos preços e a diminuição dos salários.
Voltando às economias emergentes e procurando dar um cariz mais positivo, optimista, à presente reflexão, estima-se que o crescimento económico nestes países com economias emergentes se situe em torno dos 6%/ano até 2012 (o crescimento esperado nos “congéneres desenvolvidos” será de 2,43% no mesmo período). Este diferencial de perspectiva de crescimento deverá prevalecer no médio prazo. Para tal, contribuem, entre outros, 4 factores fundamentais: a rápida aprendizagem tecnológica, uma classe-média em crescimento e desenvolvimento, o aumento dos preços das matérias-primas e uma balança comercial favorável, que lhes permitirá financiar os investimentos em infra-estruturas.
Marcelo Giugale, director do Banco Mundial com responsabilidade em programas de redução da pobreza e gestão na região da América Latina (também co-autor do supra citado livro), defende que o horizonte económico nos países emergentes é promissor: “o rebalanceamento do crescimento económico mundial, através de uma multiplicidade de motores de crescimento, dará aos países em estados de desenvolvimento menos maduros uma nova relevância: “em média a gestão económica será mais forte, os governos serão melhores e as condições para se alcançar o objectivo de combate à exterminação da pobreza poderão ser alcançadas”, defendeu Giugale.
Este estudo reforça ainda que estes países emergentes deverão extrair vantagens dos seus sistemas fiscais relativamente mais “saudáveis” para promover o seu crescimento. Isto compreende melhores opções relativamente aos alvos dos programas sociais, maior ênfase em promover a igualdade de oportunidades e um clima de negócios que promove a criação efectiva de mais postos de trabalho.
Transpostos para os mercados financeiros, estes factores têm proporcionado condições de rentabilidade dos investimentos muito interessantes. Medido pelo índice Morgan Stanley Emerging Markets Index (MSCI EMF), o investimento nos mercados emergentes ao longo da última década, pese embora os acontecimentos ímpares de 2008-2009, proporcionou aos seus investidores uma rentabilidade de 130%. Por seu lado, o investimento alternativo no índice S&P 500, que agrega as acções das 500 principais empresas americanas, registou no mesmo período uma performance marginalmente negativa (ver gráfico comparativo).
Estamos convictos que esta tendência se mantenha no futuro, pelo que na Altavisa Gestão de Patrimónios, privilegiaremos o investimento no segmento dos mercados emergentes, ajustando a composição da carteira de cada Cliente e respectiva exposição a estes mercados, ao perfil e objectivo de cada investidor. Bons investimentos!