“Na nossa atividade desportiva ‘lutamos’ uns contra os outros de uma forma muito saudável, mas todos queremos ganhar. Hoje ‘lutámos’ todos pela mesma equipa para tornar o país melhor e passarmos a mensagem de que todos temos uma quota-parte de responsabilidade para proteger e cuidar do nosso planeta. Por nós e pelas gerações vindouras”, sintetizou Armindo Araújo. à Lusa, instantes depois da iniciativa levada a cabo pela Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK).
Durante esta manhã, cerca de 40 pessoas, entre as quais pilotos, colaboradores e outros intervenientes do mundo automóvel, meteram “mãos à obra” e contribuíram para plantar cerca de 400 pinheiros mansos.
Armindo Araújo, sete vezes campeão nacional de ralis, foi um dos participantes na atividade e notou que este tipo de iniciativas são “fundamentais” para sensibilizar para o problema da sustentabilidade.
“Queremos estar na linha da frente nesse cuidado com o planeta e, como desportista, tenho todo o gosto em fazer parte desta solução de fazermos todos um pouco para resolver um problema muito grande e que afeta a sociedade de uma forma transversal”, analisou.
Além disso, o piloto natural de Santo Tirso revelou adotar os comportamentos adequados no desporto, mas também na vida empresarial.
“Na minha outra atividade profissional, ligada ao ramo têxtil, também já temos esses cuidados com a utilização de matérias-primas sustentáveis, nomeadamente com utilização de fios que são reciclados e de plásticos provenientes do fundo do mar e de aterros sanitários”, referiu.
A ideia de que todos “correm” na mesma equipa “no campeonato da sustentabilidade ambiental” foi também corroborada por João Ferreira.
“Na pista queremos bater os nossos adversários, sermos melhores uns do que os outros, mas nestas atividades temos de trabalhar todos em conjunto e quantos mais pilotos melhor porque, sem dúvida, são atividades importantes para o nosso planeta”, enfatizou o quinto classificado em SSV no Dakar2024.
O leiriense considerou que este tipo de ações são sempre “bem-vindas” e que deveriam realizar-se com “maior regularidade”, congratulando a iniciativa da FPAK, que permitiu que, “entre amigos e adversários, fosse possível ajudar a apagar um bocadinho da pegada de carbono”.
“Num desporto como o todo-o-terreno, as grandes marcas já têm noção disso. Já corremos com combustíveis sintéticos, temos carros elétricos a correr no Dakar…”, elencou, assumindo-se certo de que o “mundo do desporto está cada vez mais desperto para as causas ambientais”.
Por sua vez, o presidente do organismo nacional enalteceu a necessidade de tornar o desporto automóvel mais amigo do ambiente.
“Conscientes de que o desporto automóvel é visto como um desporto poluente, é importante mostrar a todos que atualmente essa premissa já não é tão verdadeira como se julga”, destacou Ni Amorim, exemplificando com medidas que a FPAK está a adotar.
“Este ano em especial, a utilização de combustíveis 100% renováveis nos ralis, mostra isso mesmo. Há um compromisso entre o desporto automóvel e o ambiente e esta iniciativa é apenas uma no meio de tantas outras em que nos vimos envolvidos diariamente. Apostamos numa tomada de consciência e esperamos que cada vez mais pessoas se envolvam nesta causa”, concluiu o dirigente, citado em comunicado.
Na ação de reflorestação de parte do Pinhal de Leiria, que decorreu esta manhã, participaram ainda outros pilotos, como José Pedro Fontes, Ricardo Porém, João Dias e João Lourenço.
RYRA // JP