“Julgo que os jogadores estão preparados para isso e que estão motivados, não só pelos últimos resultados, mas também pelo trabalho que têm vindo a desenvolver no dia a dia. Sabemos que aquilo que nos espera pela frente é difícil. O caminho ainda é longo e eles estão cientes disso, mas julgo que vão estar amanhã [domingo] equilibrados, focados e determinados em conseguirem fazer um bom jogo”, frisou, em conferência de imprensa.
As ‘panteras’ interromperam uma série de três partidas sem vencer na ronda anterior, ao superiorizarem-se na receção ao Moreirense (1-0), tendo cimentado a recente mudança tática de ‘4-2-3-1’ para ‘3-4-3’ com o segundo encontro sem golos consentidos na prova.
“Mais do que a estrutura, isso tem a ver com a relação entre posições e setores, que vai determinar o sucesso e a eficácia da dinâmica coletiva”, referiu o técnico, antes de analisar um possível encaixe das duas formações: “Essa proximidade e a maneira como a equipa interpretar o encurtar [de espaços] sobre a bola vai permitir que façamos coberturas e sejamos mais eficazes. Depois, é óbvio que a questão individual resolve estes jogos por si só. Tentaremos fazer com que isso venha o menos possível ao de cima e que aconteça o contrário quando tivermos a bola”.
O Boavista só venceu uma das 60 visitas ao Sporting para a I Liga, em 1975/76, e já não pontua há 14 partidas seguidas em Alvalade, onde Ricardo Paiva espera um adversário empenhado em segurar a liderança, apesar da recente derrota com reviravolta em Itália perante a Atalanta (1-2), que ditou a queda ‘leonina’ dos oitavos de final da Liga Europa.
“Não vejo que o Sporting vá modificar alguma coisa na sua vontade de ganhar. Eles não perderam pontos em casa e são candidatos ao título. Não espero qualquer facilidade por terem jogado a meio da semana. Espero um Sporting igual a si mesmo, forte nos vários momentos do jogo e capaz de causar dificuldades do primeiro ao último minuto”, alertou.
Notando que o Sporting “tem diversas soluções” no seu plantel, o treinador ‘axadrezado’ descarta “qualquer perda de qualidade” no setor ofensivo dos ‘leões’ pelas ausências do internacional português Pedro Gonçalves e do inglês Marcus Edwards, ambos por lesão.
“Julgo que a mais-valia do Sporting é a sua dinâmica coletiva. Ofensivamente, tem ideias bem claras e um processo extremamente bem definido, gerando dificuldades através da mobilidade que imprime nas suas ações. Da nossa parte, identificámos essa dinâmica ao máximo possível e vamos procurar mantermo-nos sempre equilibrados e coesos, com a certeza de que iremos ter um volume de trabalho muito grande nos 90 minutos”, avaliou.
O Boavista precisará de “capacidade de trabalho” para condicionar as movimentações do avançado sueco Viktor Gyökeres, melhor marcador da I Liga, com 19 golos, mas Ricardo Paiva quer também uma “atenção muito grande” sobre os restantes jogadores ‘leoninos’.
“O Gyökeres tem características muito interessantes, uma disponibilidade física incrível e um sentido de baliza fantástico. Joga bem de costas e faz movimentos à largura de uma forma aparentemente muito simples e durante 90 minutos. Agora, ele não vem buscar a bola ao guarda-redes ou arranca de uma área em direção à outra. É preciso anular estas ligações e entender o jogo do Sporting antes de dar atenção a algum jogador”, finalizou.
O Boavista, nono colocado, com 28 pontos, encara o líder isolado Sporting, com 62, que tem menos um jogo, no domingo, às 20:30, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, numa partida da 26.ª jornada arbitrada por António Nobre, da Associação de Futebol de Leiria.
RYTF //