Debbie Hewitt, presidente da federação inglesa de futebol e vice-presidente da FIFA, acusou Luis Rubiales de saudar abusivamente duas jogadoras da seleção britânica, durante o inquérito do Comité Disciplinar da organização máxima do desporto-rei, que viria a redundar na suspensão por três anos do ex-presidente da federação espanhola, por “comportamento indesculpável e inaceitável” para com a sua compatriota Jenni Hermoso, nos festejos do título mundial de futebol feminino, em agosto passado.
No relatório que justifica a decisão anunciada em outubro, agora revelado oficialmente pela FIFA, consta o testemunho da dirigente britânica, que declarou ter estranhado a forma como o seu então homólogo espanhol “agarrou e acariciou” o rosto de Laura Coombs e, de seguida, “aparentemente forçou um beijo na cara” de Lucy Bronze.
O que viu no túnel de acesso ao relvado enquanto Rubiales saudava as jogadores inglesas – sempre com cumprimentos de mão, salvo as duas referidas exceções –, a primeira mulher a presidir à federação inglesa de futebol classificou como situação “desagradável e desnecessariamente agressiva”, que lhe provocou uma sensação de “desconforto”.
Estes factos até agora desconhecidos antecederam o regresso das duas seleções ao campo para a cerimónia de entrega de medalhas, já após o triunfo da Espanha por 1-0 na final da competição, e a consequente celebração no palco, onde Rubiales protagonizou o polémico beijo na boca a Jenni Hermoso. Durante a fase de inquérito, confrontado com as palavras de Debbie Hewitt, o dirigente espanhol referiu-se ao testemunho como “absolutamente nojento”.
No relatório do Comité Disciplinar da FIFA, é sublinhado que a ausência de um pedido público de desculpa, a insistência no consentimento do ato e a publicação de uma declaração falsa da jogadora na página oficial da federação foram fatores que pesaram na decisão final de suspender Rubiales do futebol durante três anos.