O Grande Prémio da Grã-Bretanha em Fórmula 1 de 2022 ficou marcado pelo aparatoso acidente do piloto chinês Zhou Guanyu, de 23 anos, com as imagens impressionantes a correrem o mundo.
Na primeira curva da corrida, um toque do piloto Pierre Gasly no carro de George Russel fez com que o Mercedes do britânico Russel esbarrasse com o Alfa Romeu de Guanyu. O monolugar do automobilista chinês arrastou-se, invertido, pelo asfalto, dando várias cambalhotas e parando nas barreiras de proteção do circuito. O incidente atingiu, ainda, o anglo-tailandês Alexander Albon.
A corrida foi interrompida, com a bandeira vermelha a ser levantada. Após os pilotos terem sido retirados da pista, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) avançou com um comunicado. “Os dois pilotos [Albon e Zhou] estão conscientes e vão ser avaliados no centro médico”, anunciou a FIA.
Depois de ser observado no centro médico do circuito, e no próprio dia do acidente, o piloto automobilista chinês recorreu às redes sociais para revelar o que lhe salvou a vida. “Estou bem, está tudo bem. O halo salvou-me hoje. Obrigado a todos pelas vossas mensagens amáveis!”, agradece Guanyu.
O que é o halo?
O halo é uma barra em forma de triângulo colocada acima da cabeça do piloto para o proteger um caso de acidentes e colisões. O dispositivo é feito de titânio, pesa cerca de 7kg e foi idealizado para conseguir suportar o peso de um autocarro de dois andares de Londres, o que equivale a 12 toneladas.
Embora tenha sido recebido com algumas críticas por parte dos automobilistas, nomeadamente devido à estética, o halo foi testado pela primeira vez em 2016 e dois anos depois, em 2018, tornou-se obrigatório na Fórmula 1.
Após muitas pesquisas acerca do dispositivo, descobriu-se que o halo é o único dispositivo capaz de desviar uma roda disparada a mais de 240 quilómetros por hora. Além de ser fundamental na segurança deste desporto, o halo é o único que consegue conciliar a segurança com uma visão amplamente desobstruída.
A proteção para a cabeça foi um dos mais sucessos na história da segurança da Fórmula 1, desde a morte de Ayrton Senna em 1994. Enfrentou a oposição dos pilotos, mas rapidamente provou o seu valor, ao salvar a vida de Fernando Alonso no Grande Prémio da Bélgica de 2018.
Desde então, o halo tem salvado a vida dos automobilistas em caso de acidente. Em 2020, Romain Grosjean ficou a salvo de ser decapitado, depois de ter furado uma barreira no Grande Prémio do Bahrein. Na Arábia Saudita, em março deste ano, o halo absorveu o impacto do acidente de Mick Schumacher, que perdeu o controlo do carro e bateu violentamente num muro.