Num ano em que a Tennis Australia, com a autorização das autoridades governamentais, permitirá a presença de 30 mil espetadores por dia em Melbourne Park, metade da capacidade habitual, face à pandemia provocada pelo novo coronavírus, o sérvio e número um mundial, Novak Djokovic, vai tentar elevar para nove os títulos conquistados nos Antípodas, superando assim um recorde que já lhe pertence.
O detentor de 17 troféus do Grand Slam, após cumprir duas semanas de quarentena em território australiano, à semelhança de todos os jogadores, treinadores, acompanhantes e árbitros do evento, vai iniciar a defesa do título que lhe permitiu, em 2020, recuperar a liderança do ‘ranking’ ATP diante do francês Jeremy Chardy (66.º ATP), com quem nunca perdeu nos 13 encontros anteriores.
Apesar de uma estreia teoricamente fácil, Djokovic, de 33 anos, lidera a primeira metade do quadro e, tudo correndo sem sobressaltos, poderá enfrentar na quarta ronda o suíço Stanislas Wawrinka, se o campeão de 2014 eliminar o português Pedro Sousa na estreia, ou o canadiano Milos Raonic, antes de potencialmente medir forças com o alemão Alexander Zverev nos quartos de final.
Mas tal como o sérvio, que nas meias-finais poderá jogar com o austríaco Dominic Thiem, finalista vencido há um ano e campeão do Open dos Estados Unidos, o espanhol Rafael Nadal também não terá pela frente um desafio muito fácil para tentar conquistar o 21.º título do Grand Slam, batendo assim o recorde que partilha com o suíço Roger Federer, ausente de Melbourne por opção.
O esquerdino de Manacor, que aos 34 anos ocupa o segundo lugar da hierarquia mundial, depois de jogar na primeira ronda contra o jovem sérvio Laslo Djere (56.º ATP), de 25 anos, terá de ultrapassar eventualmente o grego Stefanos Tsitsipas (6.º) ou o transalpino Matteo Berrettini (10.º), nos quartos de final, e o russo Daniil Medvedev (4.º), nas meias-finais, se quiser lutar na final pelo segundo troféu em Melbourne, após a vitória em 2009.
Além dos experientes e mais cotados Djokovic e Nadal, surgem numa segunda linha de favoritos o número três mundial, Dominic Thiem, que já disputou três finais do Grand Slam, duas em Roland Garros (2019 e 2020) e uma em Flushing Meadows, onde ganhou o seu único ‘major’, Daniil Medvedev, finalista do US Open em 2019 e semifinalista em 2020, e Alexander Zverev, vice-campeão do último ‘major’ norte-americano.
Na competição feminina, a australiana e líder do ‘ranking’ WTA, Ashleigh Barty, é a primeira cabeça de série do Open da Austrália, pelo segundo ano consecutivo, após uma ausência prolongada do circuito, por forma a tentar evitar correr riscos devido ao novo coronavírus, mas é em Serena Williams que estão concentradas as maiores atenções.
A norte-americana, que desistiu na sexta-feira de defrontar Barty nas meias-finais do WTA 500 Yarra Valey Classic, torneio de preparação para o ‘major’ australiano, depois de sentir um desconforto no ombro, vai lutar pelo oitavo troféu em Melbourne Park e tentar, uma vez mais, igualar o recorde de 24 títulos do Grand Slam de Margaret Court.
Uma missão que não se avizinha fácil, se atendermos ao facto de a número 11 mundial, de 39 anos, ter sido eliminada na terceira ronda em 2020, não ganhar qualquer ‘major’ desde o triunfo no US Open em 2017 e, este ano, caso chegue invicta aos quartos de final, ter provavelmente de defrontar a também favorita romena Simona Halep, segunda pré-designada e campeã de Roland Garros, em 2018, e de Wimbledon, em 2019.
Assim como Barty, Williams e Halep, a jovem norte-americana Sofia Kenin (4.ª WTA), de 22 anos, é apontada como uma forte candidata a revalidar o título alcançado há um ano, tal como a japonesa Naomi Osaka (3.ª) que venceu o seu primeiro ‘major’ em Melbourne Park, em 2019, um ano antes de alcançar o segundo no US Open.
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