RIBEIRO DOS REIS
Foi o obreiro da primeira vitória internacional, em 1924, diante da Itália. Deixou o posto em 1926, mas regressou, em duas ocasiões, em 1934 e 1943. Viveria, também com a seleção, uma mancha na sua carreira, os 0-9 em Chamartin, com a Espanha. Conhecido como o homem dos sete instrumentos, Ribeiro dos Reis foi militar, jogador de futebol, dirigente desportivo, treinador e especialista em arbitragem. O jornalismo foi outra das suas paixões, tendo fundado a A Bola.
CÂNDIDO DE OLIVEIRA
Foi um estudioso. Pertenceu ao Comité de Selecionadores em 1927/28, quando Portugal teve enorme sucesso nos Jogos Olímpicos de Amsterdão. Voltou como selecionador único entre 1935 e 1945. As suas deslocações permanentes ao estrangeiro permitiu-lhe acumular um vasto conhecimento sobre o futebol dos mais diversos continentes. Com Ribeiro dos Reis fundou o diário desportivo A Bola.
A. MAIA LOUREIRO
Um jogo, uma goleada sofrida em Milão, diante da Itália (1-6), e muitas críticas por parte da imprensa da altura, que se esqueceu das muitas ausências, como Jorge Vieira, António Roquete e Carlos Alves.
LAURINDO GRIJÓ
O conflito entre Associação de Futebol de Lisboa e a FPF acentuou-se com as recusas dos jogadores lisboetas, mesmo assim obteve duas vitórias e duas derrotas. Viria a ficar célebre por se ter envolvido numa discussão com Manuel da Conceição Afonso, presidente do Benfica, após um clássico com o FC Porto. Na altura era delegado federativo.
TAVARES DA SILVA
Debateu-se, na sua primeira incursão, com a ausência, habitual na altura, dos jogadores de Lisboa. Jogador, árbitro, treinador, selecionador nacional, dirigente, jornalista e advogado, ficou marcado com um percurso bastante positivo da seleção a partir de 1945. Em 1947 foi o responsável pelo primeiro êxito oficial sobre a Espanha. Responsável pela expressão “Cinco Violinos”. Foi selecionador em quatro ocasiões, fruto do forte carisma que exercia sobre os demais.
SALVADOR DO CARMO
Figura grada do futebol nacional, foi nomeado em três ocasiões, sem resultados particularmente brilhantes.
VIRGÍLIO PAULA
Médico de profissão, jogador por devoção, co-fundador do Sport Lisboa e do Clube de Futebol «Os Belenenses». Na função de selecionador, três particulares pouco significativos. A seleção não lhe aumentou o prestígio.
ARMANDO SAMPAIO
Quatro encontros como responsável, duas derrotas, um empate e um sucesso, são o pecúlio de um selecionador que não fez história no nosso futebol.
FERNANDO VAZ
Uma derrota, em Lisboa, com a Alemanha (0-3) e foi só, por parte de um treinador que deu mostras de inegáveis capacidades.
JOSÉ MARIA ANTUNES
Selecionador em dois períodos, destacou-se mais enquanto jogador por usar sempre um lenço branco atado à cabeça. Foi um dos melhores defesas centrais de todos os tempos, tendo sido o primeiro jogador português a erguer a Taça de Portugal.
ARMANDO FERREIRA
Uma vitória, um empate e uma derrota. Os dois primeiros resultados foram obtidos diante, respetivamente, de Luxemburgo e Inglaterra em encontros a contar para a fase de qualificação para o Mundial do Chile.
FERNANDO PEYROTEO
Dois jogos, dois desaires, um deles marcante. A 8 de Novembro de 1961, Portugal perdeu com o Luxemburgo, 2-4, no dia em que Eusébio da Silva Ferreira se estreou com a camisola das quinas. Portugal perdia no Grão Ducado as últimas aspirações ao Mundial chileno.
MANUEL DA LUZ AFONSO
Rigoroso e disciplinador, foi, a meias com Otto Glória, o responsável pelo sucesso no Mundial 1966. Depois de ter organizado com mestria e sapiência o departamento de futebol do Benfica foi convidado pela FPF, onde pediu plenos poderes. Retirou-se poucos meses após o evento britânico na sequência de uma derrota com a Suécia. Tranquilamente, afastou-se do futebol, pese embora os muitos convites que recebeu. Uma sumidade.
GOMES DA SILVA
Quebrou uma série de oito encontros sem vencer da seleção, mas falhou o apuramento para o Euro 1970.
JOSÉ AUGUSTO
Grande responsável pela implementação da política de formação na Federação Portuguesa de Futebol que teve seguidores em Carlos Queiroz e Agostinho Oliveira e que deu frutos nas duas últimas décadas. Um segundo lugar no Mundialito-1972 e a presença na Comissão Técnica do Euro 1984.
JOSÉ MARIA PEDROTO
Mesmo com o efeito Mourinho, o Zé do Boné é claramente o treinador português mais reconhecido de sempre. Como selecionador nacional notabilizou-se no desenvolvimento das camadas jovens, tendo vencido o Torneio Internacional de Juniores, em 1961. Uma figura marcante que perdurará por muitos e longos anos JUCA Foi o selecionador do século XX com mais jogos efetuados na história do futebol português. A sua saga como técnico nacional iniciou-se, em 1968, como adjunto de José Maria Antunes. Foi novamente selecionador, em 1977, rendendo José Maria Pedroto. Nos anos 80 foi selecionador várias vezes, mas sem resultados de monta.
MÁRIO WILSON
Selecionador numa altura quente em que a guerra Norte-Sul estava no seu auge. Personificou uma luta com Pedroto, no âmbito do duelo descrito anteriormente.
OTTO GLÓRIA
Está diretamente ligado ao brilhante sucesso do Mundial 1966, ao ter complementado, no campo, as escolhas do selecionador Manuel da Luz Afonso. Ao vencer o Brasil, em Inglaterra, foi amplamente criticado no seu país Natal. Voltaria ao comando da equipa de todos nós, agora como selecionador/treinador em 1983 com o intuito de levar Portugal ao Euro 1984. Saiu depois das humilhantes derrotas com a URSS, em Moscovo, e com o Brasil, em Coimbra, num saldo negativo de 0-9.
FERNANDO CABRITA, TONI, ANTÓNIO MORAIS E JOSÉ AUGUSTO
Uma comissão técnica constituída por quatro elementos, um facto inédito para satisfazer as sensibilidades dos dois clubes mais fortes da altura Benfica e FC Porto. Conseguida a qualificação para França 1984, após triunfo, na Luz, frente à URSS, Portugal apresentou-se na Gália com determinação. Empates frente à RFA e Espanha e um triunfo diante da Roménia valeram a passagem às meias-finais. Com a equipa da casa pela frente, a França, Portugal teve o pássaro nas mãos, durante o prolongamento, mas a frieza de Domergue e a classe de Platini colocaram Portugal borda fora.
JOSÉ TORRES
“Deixem-me sonhar”, disse o bom gigante antes do jogo com a Alemanha, em Estugarda, que Portugal necessitava de ganhar para ultrapassar a Suécia e, assim, garantir a presença no México, 20 anos depois da última presença em Mundiais. Portugal ganhou mas a vergonha em Saltillo foi grande, tendo Torres passado incólume. Formou, no Benfica, com Eusébio uma dupla fenomenal. Nove campeonatos nacionais, quatro Taças de Portugal, terminou a carreira em 1971. Destacou-se sempre pelo comportamento correto. A sua maior mágoa foi jamais ter vencido uma Taça dos Campeões, muito embora tenha disputado três finais.
ARTUR JORGE
Duas passagens pela seleção sem relativo sucesso. Na primeira, acumulando com o FC Porto, tentou a ida ao Itália 90, numa campanha iniciada por Juca. Na sua passagem posterior foi arredado do França 1998 precisamente por um francês, Marc Batta, em plena cidade de Berlim. Merecia a sua segunda fase final, depois de ter orientado a Suíça no Inglaterra 1996.
CARLOS QUEIROZ
Com o rótulo de bi-campeão mundial de juniores, Queiroz foi promovido a selecionador nacional sénior. Falhou a qualificação para o Euro 92. Teve nova oportunidade, mas voltou a perder o comboio do Mundial 94. Saiu, para o Sporting, depois de ter pedido uma limpeza de «toda a porcaria» que existia na Federação e que, alegadamente, impedia a seleção de obter bons reultados. Mais tarde, depois de passagens pelo Sporting, pela África do Sul, adjunto de Ferguson no Manchester United e Real Madrid, voltou em 2008 ao posto de selecionador nacional. Garantiu a qualificação para o Mundial de África do Sul, que terminou nos oitavos-e-final, contra Espanha, que viria a sagara-se campeão. Ainda iniciou a qualificação para o Euro 2012, um mau arranque de campanha levou à sua demissão. Hoje, é selecionador do Irão, adversário de Portugal no Grupo B do Mundial 2018.
NELO VINGADA
O habitual adjunto de Carlos Queiroz, foi nomeado para dois encontros particulares apenas; frente à Espanha, em Vigo, e diante da Noruega, em Oslo. Dois empates e um adeus com mágoa, após belo trabalho no edifício federativo.
HUMBERTO COELHO
Há muito afastado dos bancos, o ex-central do Benfica disse presente à chamada de Gilberto Madail, para tentar a qualificação para o Euro 2000. Conseguiu-o com alguma tranquilidade tendo feito um Euro 2000 de assinalável qualidade, numa altura em Figo, Rui Costa e João Pinto estavam no auge. A derrota com a França nas meias-finais soube a pouco. Humberto deixou a seleção, por não lhe ter sido renovado o contrato, mas os jogadores e os portugueses ficaram do seu lado.
ANTÓNIO OLIVEIRA
Duas vezes à frente de Portugal e as duas com relativo aproveitamento. Primeiro obteve o passaporte para o Inglaterra 1996. Caiu aos pés de Poborsky. Mais tarde, foi de novo contratado pela FPF, após passagem pelo FC Porto e Betis. Foi o responsável por uma fase de qualificação determinada em que o apuramento nunca esteve em causa. Desentendeu-se com o gabinete técnico antes do Mundial e depois perdeu o norte nas vésperas do certame. Saiu a mal da Federação, em conflito com a estrutura.
AGOSTINHO OLIVEIRA
Treinador com percurso ímpar nas seleções mais jovens, foi chamado à liça para serenar o ambiente na Federação, após a rutura com António Oliveira. Passou inúmeras temaporadas nas categorias de formação da seleção, tendo-lhe passado pelas mãos nomes ilustres do futebol português e mundial.
LUIZ FELIPE SCOLARI
Brasileiro, teimoso, coerente com as suas ideias. Opta por gerir a seleção como se de um clube se tratasse. Os resultados estão do seu lado.Foi campeão do mundo pelo Brasil, em 2002 e alcançou para Portugal, no Euro 2004, o lugar de vice-campeão europeu, até à altura o melhor lugar de sempre. Em 2006, levou Portugal ao quarto lugar no Mundial da Alemanha e, dois anos depois, despediu-se da seleçã nacional com uma derrota frente à Alemanha nos oitavos de final do Europeu da Suíça e da Áustria. Tem uma virtude que muitos apreciam, em especial os jogadores que fazem parte das suas preferências: pensa exclusivamente pela sua cabeça. Custe o que custar. Seja a Baía, seja a Quaresma.
PAULO BENTO
Veio ocupar o lugar deixado vago por Carlos Queiroz, em 2010, depois de um mau início de qualificação para o Euro 2012. Conseeguiu emendar a mão e levar Portugal ao Campeonato da Europa da Polónia e da Áustria. Só uma derrota nos penaltis contra a Espanha afastou Portugal da final da competição. Seguiu-se a qualficação para o Mundial 2014. O segundo lugar no grupo de qualificação obrigou à disputa do play-off contra a Suécia. E, aí, a magia de Cristiano Ronaldo colocou Portugal no Mundial do Brasil, com aquele hat-trick em Estocolmo, num dos jpgos mais loucos da história do futebol português. A presença na fase final do Mundial é que foi desastrosa, com Portugal a sair pela porta pequena, na fase de grupos. Paulo Bento fez o mesmo…
FERNANDO SANTOS
Palavras para quê? É o Campeão da Europa! Com 63 anos e depois de uma carreira de futebolista sem grandes sucessos, Fernando Santos iniciou uma carreira de treinador dividida entre Portugal e a Grécia. Depois de pasagens pelo Estoril e Estrela da Amadora, rumou ao FC Porto, onde ganhou a alcunha de Engenheiro do Penta. Rumou, então à Grécia, pela primeira vez, onde orientou o AEK Atenas e o Panathinaikos. Voltou a Portugal para orientar o Sporting, mas foi só um ano, voltando depois ao AEK. Dois anos depois, regressou ao nosso país para uma passagem de um ano pelo Benfica. Seguiu-se o regresso à Grécia para dois anos no PAOK de Salónica e quatro como selecionador helénico. Em 2012 levou a Grécia aos quartos de final do Europeu (eliminado pela Alemanha) e, em 2014, chegou aos oitavos do Mundial, sendo eliminado pela Costa Rica, nos penaltis. Um jogo em que viria a ser expulso e alvo de uma sanção de oito jogos, o que não impediu a Federação Portuguesa de Futebol de o contratar para a campanha do Euro 2016. E em boa hora o fez, como sabemos: não só o castigo viria a ser retirado a tempo do Campenato da Europa de França, como o resultado final foi aquele que todos sabemos e sonhamos que se repita, este ano, na Rússia.