Paul Auster morreu esta terça-feira, 30, na sua casa de Nova Iorque, informou o jornal The New York Times. O premiado escritor norte-americano não resistiu a um cancro do pulmão.
Nascido numa família judia de ascendência austríaca, em 1947, em Newark (Nova Jérsia), Auster faria mais tarde de Brooklyn a sua casa e cenário de romances, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990. Tem uma extensa obra literária publicada em mais de 40 línguas.
Em Portugal, Paul Auster tem grande parte da obra publicada, em particular os romances, como “Mr. Vertigo”, “Palácio da Lua”, “Música do Acaso”, “Leviathan”, “A Trilogia de Nova Iorque”, “Timbuktu”, “O livro das ilusões”, “As loucuras de Brooklyn”, “O homem na escuridão” e “4 3 2 1”, com o qual foi finalista ao Booker Prize.
Em 2021, por ocasião do lançamento da biografia “Um Homem em Chamas – A Vida e A Obra de Stephen Crane”, foi entrevistado pela VISÃO através de um telefonema que atendeu na sua casa em Brooklyn, que alguns anos antes, em 2004, tinha aberto à nossa revista para falar de livros, de cinema, de política.
O romancista assinou a realização de um par de filmes, incluindo “A vida interior de Martin Frost” (2007), rodado parcialmente em Portugal.
Foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura 2006, feito Comendador da Ordem das Artes e das Letras de França em 2007 e é membro da Academia Americana de Artes e Letras e da Academia Americana de Artes e Ciências.
Nos últimos anos, a vida de Auster tinha sido marcada por duas tragédias: as mortes do filho e da neta. Em 2021, Ruby, a neta de 10 meses, acabaria por morrer antes de chegar ao hospital, depois de os serviços de emergência terem sido chamados ao apartamento em Nova Iorque onde vivia, mas já não a tempo de a salvar. Soube-se mais tarde que se tratara de uma overdose de fentanil e heroína, mas não ficou claro como Ruby terá ingerido as substâncias. Mas duas semanas depois, a 15 de novembro, o seu filho Daniel Auster seria detido sob acusações de homicídio por negligência.
A 28 de abril do ano passado, Daniel Auster, já depois de ter sido libertado sob fiança, terá morrido também ele de overdose, aos 44 anos. As autoridades disseram na altura que a mesma teria sido acidental, uma vez que a quantidade de estupefacientes encontrados no organismo era idêntica àquela que tomava com regularidade.
Com Lusa