A voz soa tonitruante, capaz de ocupar o enorme espaço do seu atelier/escritório na zona de Marvila, em Lisboa. E as suas ideias sucedem-se, rápidas, sem precisar de autorização para mudar de assunto – afinal, isto anda tudo ligado. Pedro Cabrita Reis, 67 anos, é uma figura única no panorama artístico português. Planeia – ele, que leva os seus planos tão a sério – fixar-se, dentro de poucos anos, no Algarve, com viagens recorrentes a Lisboa, em vez do inverso, que é a sua rotina atual. Em entrevista à VISÃO- que pode ler aqui – recorda os seus anos de estudante na Escola de Belas Artes de Lisboa e a militância na UDP no pós-25 de Abril. “O pensamento que me levou a aderir ao movimento dessas pessoas mantém-se, ainda hoje estou convicto da necessidade da transformação do mundo, se for preciso com recurso à violência”, diz, enquanto reflete sobre o que é ser artista “dentro do sistema”: “Temos de aprender como é que o inimigo funciona.”
Pedro Cabrita Reis: “Não estou fora do sistema. Aliás, não há ‘fora do sistema!'”
Pedro Cabrita Reis: “Não estou fora do sistema. Aliás, não há ‘fora do sistema!'”
Assume-se como um “control freak” com a vida toda planeada desde cedo. E antes de procurar o anonimato e “abrir uma cervejaria em Moscavide” ainda tem, aos 67 anos, muitas coisas a fazer. Para 2024, prepara uma grande retrospetiva da sua obra em Lisboa, numa antiga oficina de automóveis à beira-Tejo VEJA O VÍDEO