Ao lado de Paula Rego vão estar os nomes de Alma Berrow, Bea Bonafini, Leonora Carrington, Harriet Gillett, Arianne Hughes, Tali Lennox, Nooka Shepherd, Sophie von Hellermann e Georg Wilson.
“Os trabalhos [a apresentar] vão dos começos do movimento [surrealista] até ao presente, destacando em particular o significado feminista da bruxa através de peças que, de forma irónica, desvendam o simbolismo freudiano destas mulheres que voam em vassouras”, pode ler-se num comunicado divulgado hoje pela galeria britânica.
De acordo com a galeria, a exposição vai estar patente entre 16 de novembro e 20 de dezembro e vai juntar “trabalhos pré-existentes de vozes canónicas como a de Paula Rego com novas obras de talentos emergentes”, para mostrar a evolução dos retratos das bruxas, sendo 90% das peças inéditas.
Apesar da predominância masculina no Surrealismo, “as mulheres há muito que usam as suas práticas para libertar o potencial criativo das suas mentes subconscientes, com o México a representar um núcleo precoce de mulheres surrealistas que incluiu Frida Kahlo, Leonora Carrington, Remedios Varo e outras”.
“Muitas vezes recorrendo à figura da bruxa, a entidade mágica gradualmente tornou-se num veículo para que mulheres artistas libertassem as profundezas dos seus sonhos e explorassem ideias de género e sexualidade”, acrescentou a galeria.
Nascida em Lisboa, Paula Rego, começou a desenhar ainda em criança, e partiu para a capital britânica com 17 anos, para estudar na Slade School of Fine Art, onde viria a fixar residência e a distinguir-se pela singularidade da obra, inspirada na literatura e marcada, ao longo das décadas, pela defesa dos direitos das mulheres.
Em Londres conheceu o marido, o artista inglês Victor Willing, que morreu em 1988, cuja obra Paula Rego mostrou por várias vezes no museu Casa das Histórias.
Em 2004, foi elevada a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, e, em 2010, foi nomeada Dame Commander of The Order of the British Empire pela Coroa Britânica, pela sua contribuição para as artes. Em 2016 recebeu a medalha de honra da cidade de Lisboa.
Em 2019, a pintora foi distinguida com a Medalha de Mérito Cultural, pelo Ministério da Cultura.
Paula Rego morreu no dia 08 de junho de 2022, em Londres, deixando uma obra que está representada em várias das mais importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo.
TDI (AG/AL/BM) // MAG