Se os números associados às tours impressionam, os do cinema prometem não ficar atrás. Sim, Taylor Swift e Beyoncé estão prestes a chegar também às grandes telas com filmes-concerto. As duas artistas querem levar os espetáculos a mais fãs e rentabilizar digressões que já por si estão a somar valores milionários. Depois de esgotarem estádios estão também a esgotar salas de cinema numa procura por bilhetes que está a atingir valores históricos. Isso faz com que já se diga que, juntas, Taylor Swift e Beyoncé estão a salvar uma indústria que já não se consegue valer de promessas de Hollywood.
Se é verdade que este verão teve “Barbie” e “Oppenheimer” como casos de sucesso, uma vez que juntos quase que ultrapassaram a marca dos dois mil milhões de euros nas bilheteiras de todo o mundo, o mesmo não se pode dizer de outras grandes promessas. “Indiana Jones e o Marcador do Destino”, “Flash” e “Missão: Impossível – Ajuste de Contas Pt 1” foram filmes caros que não corresponderam às expetativas.
Os cinemas sentem necessidade de se reinventar para fazer face à perda de vendas de bilheteira e à concorrência do streaming. Os filmes-concerto surgem como alternativa, numa oportunidade aproveitada tanto por Taylor Swift como por Beyoncé, que num curto espaço de tempo anunciaram as respetivas estreias neste formato. Um alívio para as salas de cinema, que viram as vendas a aumentar.
Taylor Swift e a “Eras Tour”
O filme de Taylor Swift chega às salas nacionais já esta semana. Dia 13 estará disponível a projeção de “Eras Tour”, com sessões esgotadas um pouco por todo o mundo, apesar do preço dos bilhetes – uma entrada para uma sala de cinema com “Eras Tour” em projeção está disponível por 13,13 euros na versão mais económica, sendo que um bilhete para uma sessão comum de cinema custa 7.50 euros.
Só nos EUA a pré-venda permitiu uma receita de 35 milhões de euros, numa venda de bilhetes histórica, com a maior procura de bilhetes num único dia em mais de 100 anos. A expetativa é que a receita ultrapasse os 94,5 milhões de euros no fim de semana da estreia em território norte-americano. A nível global, a pré-venda já gerou 94 milhões de euros em vendas – estamos a falar de 8500 salas em 100 países, entre os quais Portugal.
Valores nada surpreendentes, uma vez que estamos a falar de uma das tours mais lucrativas de sempre. “Eras Tour” começou em março deste ano e, desde então, tem esgotado datas tanto nos EUA como fora do país de origem da cantora. Até ao momento, estima-se que a tour de Swift tenha arrecada 949 milhões de euros, esperando-se que atinja o valor de 1,321 mil milhões de euros em 2024.
Contudo, o impacto económico da tour de Taylor Swift vai além da venda dos bilhetes. A Bloomberg Economics diz que os concertos da cantora em solo americano impulsionaram o PIB norte-americano, uma vez que, em média, cada fã que vá a um concerto gasta cerca de 1400 euros, valor que é repartido entre bilhete, voos, estadia e alimentação.
Recorde-se que Taylor Swift vai trazer a The Eras Tour a Portugal nos dias 25 e 25 de maio de 2024, com os concertos, já esgotados, a serem realizados no Estádio da Luz, em Lisboa.
Beyoncé e a “Renaissance Tour”
“Renaissance: A Film by Beyoncé” chega aos cinemas no dia 1 de dezembro, já depois de a tour ter terminado (durou de 10 de maio a 1 de outubro). A pré-venda de bilhetes já acontece em salas selecionadas dos EUA com cada ingresso a custar cerca de 20 euros. É que numa primeira fase a exibição não sairá de solo norte-americano. Contudo, os fãs esperam que a artista chegue a acordo para levar o filme para salas de outros países, para que mais pessoas possam assistir não só ao concerto como também a imagens exclusivas de bastidores.
Prevê-se que o filme de Beyoncé arrecade 70 milhões de euros no fim de semana da estreia. Um valor que faz jus ao sucesso da digressão, uma vez que a “Forbes” previu desde o início que a artista iria ganhar cerca de 1,9 mil mlhões de euros com estes espetáculos. Apesar de os dados finais dos valores ainda não terem sido apresentados, sabe-se que Beyoncé arrecadou 120 milhões de dólares em julho e 168 milhões em agosto. Valores que deixam perceber que as estimativas não estavam erradas ao prever o sucesso da digressão.
A “Renaissance Tour” passou pela Europa entre maio e junho deste ano. Suécia, Bélgica, País de Gales, Escócia, Inglaterra, França, Espanha, Alemanha, Países Baixos e Polónia foram os países que receberam concertos da artista em estádio. Portugal ficou excluído da lista.