A Pléiade é uma casa editorial francesa, fundada em 1931, que “reúne as maiores obras do património literário e filosófico francês e estrangeiro”, segundo a informação constante do ‘site’ oficial desta editora.
A notícia da escolha de António Lobo Antunes para integrar esta coleção considerada de luxo e restrita, da qual faziam parte, até agora, apenas três autores vivos – Mário Vargas Llosa, Milan Kundera e Philippe Jaccottet — e um único português — Fernando Pessoa — foi recebida hoje à tarde pela editora portuguesa de António Lobo Antunes, cronista da VISÃO.
Em declarações à Lusa, Maria da Piedade, contou que recebeu, “há instantes, um telefonema da editora francesa de António Lobo Antunes” e da agente que trata dos direitos para as publicações internacionais da obra do autor.
“Para a editora é muito importante. Não há notícia melhor”, ainda para mais quando se avizinha a publicação, dentro de um mês, do mais recente livro de Lobo Antunes, “A última porta antes da noite”, disse.
“A entrada na Pléiade é o que de melhor há em termos de literatura internacional, em termos de prestigio internacional, só o Nobel se equipara”, considerou.
Maria da Piedade destacou ainda que a extensão da obra de Lobo Antunes implica um “trabalho longuíssimo de revisão”, pelo que a sua escolha pela editora francesa se reveste ainda de maior importância, porque, para escolher uma obra tão trabalhosa, tem mesmo de ser considerada extraordinária.
“É preciso um grande empenhamento da Gallimard para publicar a obra do Lobo Antunes, porque é uma obra muito vasta. São 30 livros”, declarou.
Lobo Antunes fala em “maior sonho desde a adolescência”
António Lobo Antunes, em declarações à agência Lusa, afirmou que este era o seu “maior sonho desde a adolescência, porque é o maior reconhecimento que um escritor pode ter”.
“Dedico aos meus amigos, aos meus leitores e ao meu ‘irmão’ José Cardoso Pires, porque sei a felicidade que ele está a sentir neste momento”, acrescentou o autor.
Marcelo Rebelo de Sousa felicita o autor
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou na quarta-feira o escritor António Lobo Antunes pela inclusão das suas obras na francesa Pléiade.
“Felicito vivamente António Lobo Antunes pela anunciada inclusão das suas obras na Bibliothèque de la Pléiade”, afirma Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no sítio na Internet da Presidência da República.
Segundo o chefe de Estado, a coleção de clássicos e clássicos contemporâneos publicada pela editora francesa Gallimard é a mais prestigiada e cuidada da Europa, “um verdadeiro panteão onde estão pouquíssimos autores vivos (Vargas Llosa, Kundera) e, até agora, apenas um autor português (Fernando Pessoa)”.
“Têm sido muitas as distinções internacionais conferidas a António Lobo Antunes nos últimos anos, mas esta edição é, talvez, a mais significativa, marcando de modo definitivo e duradouro o seu reconhecimento com um dos grandes escritores do nosso tempo”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa.